A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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195 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
Mas, posteriores cientistas investigadores confirmam amplamente a<br />
suposição de Sir Oliver Lodge. Declara o Professor Botazzi: “De outra feita, mais<br />
tarde, a mesma mão se colocou sobre o meu antebraço direito, sem fazer pressão.<br />
Nessa ocasião não só levei a mão esquerda para o lugar, como olhei, de modo que<br />
podia ver e sentir ao mesmo tempo: e vi uma mão humana, de côr natural, e com os<br />
meus dedos senti os dedos e as costas de uma mão tépida nervosa e áspera. A mão<br />
se dissolveu — eu vi com os próprios olhos — retraindose como se para dentro do<br />
corpo da senhora Palladino, descrevendo uma curva. Confesso que tive dúvidas se a<br />
mão esquerda da senhora Palladino se tinha libertado da minha direita, para<br />
alcançar o meu ante braço, mas no mesmo instante fui capaz de provar a mim<br />
mesmo que essa dúvida não tinha fundamento, porque nossas duas mãos<br />
permaneciam em contacto, como de costume. Se todos os fenômenos observados<br />
nessas sete sessões desaparecessem da minha memória, eu jamais esqueceria este.”<br />
Em 1907 o Professor Galeotti viu aquilo a que chamou o duplo do braço<br />
esquerdo do médium. E exclamou: “Olhem! Eu vejo dois braços esquerdos, de<br />
idêntica aparência! Um está sobre a mesinha e é tocado pelo senhor Bottazzi e o<br />
outro parece que sai de seu ombro — para se aproximar dela, tocála e voltar a<br />
fundirse novamente em seu corpo. Isto não é uma alucinação”. Numa sessão em<br />
julho de 1905, em casa do senhor Berisso, quando as mãos de Eusapia eram<br />
inteiramente controladas e visíveis a todos, o Doutor Venzano e outros presentes<br />
“viram distintamente uma mão e um antebraço, coberto por uma manga escura que<br />
saia da frente e da parte superior do ombro direito da médium”. Um testemunho<br />
muito semelhante poderia ser dado.<br />
Como contribuição para o estudo das complexidades da mediunidade,<br />
principalmente de Eusapia, o caso seguinte merece séria atenção. Numa sessão com<br />
o Professor Morselli, Eusapia tinha sido apanhada libertandose da mão do professor<br />
e tentando apanhar uma cameta que se achava sobre a mesa. Foi obstada de o fazer.<br />
Então, diz o relatório: “Neste momento, quando certamente mais rigoroso era o<br />
controle, a cameta foi erguida da mesa e desapareceu dentro da cabine, passando<br />
entre a médium e o Doutor Morselli. Evidentemente a médium tinha tentado fazer<br />
com a mão o que a seguir fez mediunicamente. Um esforço tão fútil e tão inútil para<br />
fraudar é inexplicável. Não há dúvidas a respeito; desta vez a médium não tocou,<br />
nem podia tocar na cameta; e, mesmo que a tivesse alcançado, não a teria levado<br />
para a cabine, que fica às suas costas.”<br />
Deve ser lembrado que o canto da sala tinha uma cortina, que formava a<br />
chamada cabine, isto é, um recinto fechado para reunir força, e que Eusapia, ao<br />
contrário dos outros médiuns, sentavase do lado de fora, a cerca de trinta<br />
centímetros, ficando a cortina as suas costas.<br />
Em 1895, a Sociedade de Pesquisas Psíquicas tinha decidido que todos os<br />
fenômenos de Eusapia eram fraudulentos e não queria mais contacto com ela. Mas<br />
no continente europeu grupo após grupo de cientistas investigadores, tomando as<br />
mais rigorosas precauções, atestaram os dons de Eusapia. Então em 1908 a<br />
Sociedade de Pesquisas Psíquicas decidiu examinar a médium mais uma vez.<br />
Nomeou três de seus cépticos mais capacitados. Um deles, Mr. W. W. Baggally,<br />
membro do Conselho, tinha investigado os fenômenos psíquicos por mais de trinta e<br />
cinco anos e, durante esse tempo — com exceção, talvez, de uns poucos incidentes