17.11.2018 Views

A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

252 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

mais conhecido desses sensitivos, além de Hope e de Mrs. Deane, são Hudsou,<br />

Parkes, Willie, Buguet, Boursnell e Duguid.<br />

Mumler, que trabalhava como gravador numa das principais joalherias de<br />

Boston, não era espírita nem fotógrafo profissional. Em horas de folga, quando<br />

tentava tirar fotografias de si mesmo, no atelier de um amigo, obteve numa chapa o<br />

contôrno de uma outra figura. O método que empregava era focalizar uma cadeira<br />

vazia e, depois de descobrir a objetiva, alcançar a cadeira escolhida e aí ficar durante<br />

o tempo necessário à exposição. Nas costas da fotografia Mr. Mumler tinha escrito:<br />

“Esta fotografia foi feita por mim mesmo, de mim mesmo, num domingo, quando<br />

não havia viva alma na sala — por assim dizer. A forma à minha direita reconheço<br />

como minha prima, morta há doze anos. ­ W. H. MUMLER”<br />

A forma é de uma mocinha, que aparece sentada na cadeira. A cadeira é<br />

vista com nitidez através do corpo e dos braços, como também a mesa na qual ela<br />

apóia o braço. Abaixo do peito, diz um relato contemporâneo, a forma (que parece<br />

usar um vestido decotado e sem mangas) se desagrega num tênue vapor, como<br />

simples nuvens na parte inferior do retrato. É interessante notar pormenores nessa<br />

primeira fotografia espírita, que se repetiram muitas vezes nas que foram obtidas<br />

posteriormente por outros operadores.<br />

Logo correu a notícia do que havia acontecido a Mumler e ele foi assediado<br />

por pedidos de sessões. A princípio recusou­se, mas finalmente concordou e quando,<br />

posteriormente, outros “extras” foram obtidos, e sua fama se espalhou, foi então<br />

compelido a abandonar o seu negócio e a dedicar­se a esse novo trabalho. Como, de<br />

um modo geral, as suas experiências foram como as de todos os fotógrafos psíquicos<br />

que o sucederam, podemos considerá­las rapidamente.<br />

Investigadores particulares de boa reputação obtiveram retratos<br />

absolutamente reconhecíveis de amigos e parentes e ficaram inteiramente satisfeitos<br />

porque os resultados eram genuínos. Então vieram os fotógrafos profissionais,<br />

convencidos de que havia truques e que se lhes dessem oportunidade de fazer<br />

experiências, sob suas próprias condições, seriam capazes de descobrir como a coisa<br />

era feita. Vieram, um após outro, nalguns casos com as suas próprias chapas,<br />

máquinas, reveladores e fixadores, mas depois de dirigirem e fiscalizarem todas as<br />

operações, foram incapazes de descobrir qualquer truque. Mumler também foi aos<br />

seus ateliers e lhes permitiu fazer todo o manejo bem como a revelação das chapas,<br />

com os mesmos resultados. Andrew Jackson, que era então redator­chefe do Herald<br />

of Progress, em New York, mandou um fotógrafo profissional, Mr. William Guay,<br />

fazer uma investigação completa. Este contou que, depois de lhe haver sido<br />

permitido o inteiro controle de todo o processo fotográfico, apareceu na chapa o<br />

retrato do Espírito.<br />

Experimentou com esse médium em várias outras ocasiões e ficou<br />

convencido de sua autenticidade.<br />

Outro fotógrafo, Mr. Horace Weston, foi mandado a investigar por Mr.<br />

Black, famoso fotógrafo retratista de Boston. Quando voltou, depois de haver obtido<br />

uma fotografia de Espírito, disse que não tinha verificado coisa alguma nas<br />

operações que fosse diferente dos que se fazia no trabalho ordinário dos fotógrafos.<br />

Então Black foi em pessoa e fez todas as manipulações das chapas, bem como a sua<br />

revelação. Quando examinava a revelação de uma delas, viu aparecer uma forma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!