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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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100 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Depois de uma observação no sentido de assentar que admite as batidas<br />

como produzidas pelos Espíritos, continua o Professor De Morgan: “Solicitado a<br />

fazer uma pergunta ao primeiro Espírito, perguntei se poderia fazer tal pergunta<br />

mentalmente, isto é, sem a pronunciar, ou a escrever, ou apontar as letras<br />

componentes, e se Mrs. Hayden poderia ficar com os braços estendidos enquanto<br />

estivesse sendo dada a resposta. Os pedidos foram imediatamente garantidos por<br />

duas batidas. Fiz a pergunta e desejei que a resposta fosse dada numa só palavra<br />

que escolhi; tudo mentalmente. Então, tomei o alfabeto impresso, pus o livro de pé à<br />

sua frente e, olhando para aquele, comecei a apontar as letras como de costume.<br />

Foi dada a palavra ‘chass’ 28 ; foi dada por meio de batidas a cada letra. Eu tinha<br />

agora uma raciocinada certeza da seguinte alternativa: ou uma leitura do<br />

pensamento de caráter inteiramente inexplicável, ou uma acuidade sobrehumana da<br />

parte de Mrs. Hayden, que lhe permitia perceber a letra que eu fixava, muito<br />

embora, sentada a cerca de dois metros do livro que escondia o meu alfabeto, nem<br />

pudesse ver a minha mão nem os meus olhos nem, de modo algum, como estava<br />

apontando as letras. Antes que a sessão terminasse eu tinha sido obrigado a afastar<br />

a segunda hipótese.”<br />

Outro episódio da sessão, que ele relata, é dado com muitos detalhes, numa<br />

carta dirigida ao Reverendo W. Heald dez anos antes, que fosse publicada no livro<br />

de sua esposa “Memoir of Agostous De Morgan”, páginas 221 e 222:<br />

“Então veio meu pai (ob. 1816) e, depois de uma ligeira conversa, o<br />

seguinte diálogo foi estabelecido:<br />

— ‘Lembra­se de um periódico que tenho em mente?’<br />

— ‘Sim.’<br />

— “Lembra­se das expressões que se referem a você?’<br />

— ‘Sim’.<br />

— ‘Pode dar­me pelas cartas as iniciais daquelas expressões?’<br />

— ‘Sim’.<br />

“Então comecei a apontar o alfabeto, tendo um livro a tapar as cartas. Mrs.<br />

H. se achava do outro lado de uma grande mesa redonda e uma lâmpada forte estava<br />

entre nós. Apontei letra por letra até que cheguei a F, que supunha fosse a primeira<br />

inicial. Nenhuma batida. Alguém perto de mim disse: ‘Você passou; houve uma<br />

batida no começo’. Recomecei e ouvi uma batida distinta no C. Isto me intrigou,<br />

mas logo vi o que era. A sentença havia começado por uma batida mais cedo do que<br />

eu esperava. Eu tinha deixado passar o ‘C’ e registrado o ‘D’ ‘T’ ‘E’ ‘O’ ‘C’,<br />

iniciais das palavras consecutivas de referência a meu pai, numa velha revista<br />

publicada em 1817, das quais ninguém na sala jamais ouvira falar, exceto eu. ‘C’<br />

‘D’ ‘T’ ‘E’ ‘O’ ‘C’ estava certo e, assim que o constatei, parei, perfeitamente<br />

satisfeito que alguma forsa, ou alguém, ou algum Espírito, estivesse lendo os meus<br />

pensamentos. Estas e outras coisas se continuaram por cerca de três horas, durante<br />

grande parte das quais Mrs. H. estivera lendo a ‘Key to Uncle Tom’s Cabin’ 29 , que<br />

nunca tinha visto antes e lhe asseguro que o fazia com tanta avidez quanto v cê pode<br />

imaginar numa americana que o vê pela primeira vez. Enquanto isto, nós nos<br />

distraíamos por outro lado com as batidas. Declaro que tudo isto é absolutamente<br />

verdadeiro. Desde então tenho visto isto com frequência em minha casa, sob o<br />

testemunho de várias pessoas. A maior parte das respostas é dada pela mesa, na qual<br />

28<br />

Xadrez (o jogo). — N. do T.<br />

29<br />

“Chave da Cabana do Pai Tomás.” — N. do T.

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