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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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222 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

É mais interessante voltarmo­nos para um exame completo da mediunidade<br />

de Mrs. Leonora Piper, a célebre sensitiva de Boston, EUA, porque ela se alinha<br />

entre os mais belos resultados obtidos pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Ela se<br />

exerceu por um período de mais de quinze anos e os relatos são volumosos. Entre os<br />

investigadores estavam homens conhecidos e competentes, como o Professor<br />

William James, da Universidade de Harvard, o Doutor Richard Hodgson e o<br />

Professor Hyslop, da Universidade de Columbia. Esses três estavam convencidos da<br />

autenticidade dos fenômenos que ocorriam em sua presença e todos foram<br />

favoráveis à sua interpretação espírita.<br />

Naturalmente os Espíritas ficaram jubilosos com a confirmação de suas<br />

alegações. Mr. E. Dawson Rogers, Presidente da London Spiritualist Alliance, numa<br />

reunião dessa sociedade, em 24 de outubro de 1901 122 , disse:<br />

“Nos últimos dias deu­se um pequeno fato que, segundo pensam alguns,<br />

reclama algumas palavras minhas. Como muitos sabem, nossos amigos da<br />

Sociedade de Pesquisas Psíquicas — ou alguns deles — passaram para o nosso<br />

lado. Isto não quer dizer que aderiram à Aliança Espírita de Londres — quero dizer<br />

que alguns se riam e zombavam de nós há alguns anos, agora se dizem adesos ao<br />

nosso credo, isto é, aderentes à hipótese ou teoria de que o homem continua a viver<br />

depois da morte e que, sob certas condições, lhe é possível comunicar­se com os<br />

que aqui ficaram. Bem, agora tenho uma dolorosa recordação dos primeiros<br />

tempos da Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Felizmente, ou infelizmente, fui<br />

membro do seu primeiro Conselho, em companhia do nosso saudoso amigo W.<br />

Stainton Moses. Reuníamo­nos e ficávamos tristes pela maneira com que o<br />

Conselho da Sociedade de Pesquisas Psíquicas recebia qualquer sugestão relativa<br />

à possibilidade de demonstrar a continuação da existência do homem após a<br />

chamada morte. O resultado foi que, não podendo sofrer isto por mais tempo, Mr.<br />

Stainton Moses e eu resignamos os nossos cargos no Conselho. Entretanto o tempo<br />

exerceu a sua vingança. Naquela época os nossos amigos se diziam ansiosos por<br />

descobrir a verdade; mas esperavam e esperavam ansiosamente — que a verdade<br />

fosse que o Espiritismo era uma fraude... Passaram, felizmente, aquele tempo e<br />

aquela atitude; agora podemos considerar a Sociedade de Pesquisas Psíquicas<br />

como uma excelente amiga. Ela se pôs ao trabalho assídua e intensamente e provou<br />

a nossa tese — se e que provas eram necessárias — à sociedade. Em primeiro lugar<br />

temos o nosso amigo Mr. F. W. H. Myers, cuja memória todos veneramos, e não<br />

esquecemos que Mr. Myers declarou plenamente que havia chegado à conclusão de<br />

que a hipótese espírita era a única admissível para explicar os fenômenos que havia<br />

testemunhado. Depois vem o Doutor Hodgson. Todos quantos conhecem o assunto<br />

de longa data se lembram quanto ele perseguia tenazmente os que professavam o<br />

Espiritismo. Era um autêntico Saulo a perseguir os cristãos. E ele próprio, por<br />

força da investigação dos fenômenos que se davam em presença de Mrs. Leonora<br />

Piper, veio para o nosso lado e, honestamente, destemerosamente, declarou­se<br />

convertido à hipótese espírita. E agora, nestes últimos dias, tivemos um notável<br />

volume de autoria do Professor Hyslop, da Universidade de Colúmbia, New York,<br />

publicado pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas — um livro de 650 páginas, que<br />

mostra que, também ele, um Vice­Presidente da Sociedade de Pesquisas Psíquicas,<br />

está convencido de que a hipótese espírita é a única capaz de explicar os fenômenos<br />

de que foi testemunha. Todos estão rindo; e eu estou começando a ter esperanças<br />

em nosso bom amigo Mr. Podmore”.<br />

122 Light, 1901, página 523.

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