A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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182 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
Entre os que deram provas ou leram trabalhos perante a comissão, estavam:<br />
o Doutor Alfred Russel Wallace, Mrs. Emma Hardinge, Mr. H. D. Jencken, Mr.<br />
Benjamim Coleman, Mr. Cromwell F. Varley, Mr. D. D. Home, e o governador de<br />
Lindsay. Foi recebida correspondência de Lord Lytton, Mr. Robert Chambers,<br />
Doutor Garth Wilkinson, Mr. William Howitt, M. Camille Flammarion e outros.<br />
A comissão teve a felicidade de obter provas dos que acreditavam nos<br />
fenômenos, mas quase que falhou por completo, como se vê do relatório, quando as<br />
quis daqueles que os atribuíam à fraude ou à prestidigitação.<br />
No registro de provas de mais de cinquenta testemunhas, há um volumoso<br />
testemunho da existência de fatos trazidos por cavalheiros e senhoras de alta<br />
reputação. Uma testemunha 85 achou que o mais admirável fenômeno revelado pelos<br />
trabalhadores da comissão foi o extraordinário número de homens eminentes que se<br />
mostraram crentes firmes na hipótese espírita. E uma outra 86 declarou que, fossem<br />
quais fossem as forças empregadas em tais manifestações, elas não podiam ser<br />
explicadas pelo recurso à impostura, de um lado, e à alucinação, do outro.<br />
Um aspecto interessante do desenvolvimento do movimento é aquele<br />
observado por Mrs. Emma Hardinge de que, ao tempo (1869) apenas conhecia dois<br />
médiuns profissionais em Londres, ao passo que conhecia muitos não profissionais.<br />
Como ela própria era médium, certamente tinha razão ao se exprimir assim.<br />
Mr. Cromwell Varley constatou que provavelmente não haveria mais que<br />
cem médiuns conhecidos em todo o império e acrescentou que muito poucos desses<br />
eram bem desenvolvidos. Temos aqui um testemunho conclusivo para o grande<br />
trabalho realizado na Inglaterra por D. D. Home, pois a maioria dos conversos o<br />
tinha sido através de sua mediunidade. Outra médium que desempenhou um papel<br />
importante foi Mrs. Marshall.<br />
Muitas testemunhas falam das sessões convincentes que fizeram em sua<br />
casa. Mr. William Howitt, o conhecido escritor, era de opinião que tinha então<br />
recebido a consagração de cerca de vinte milhões de criaturas em toda a parte, após<br />
um exame pessoal.<br />
O que pode ser chamado a prova para a oposição não foi absolutamente<br />
formidável. Lord Lytton disse que em sua experiência os fenômenos constavam de<br />
influências materiais, de cuja natureza nós éramos ignorantes; o Doutor Carpenter<br />
defendeu a sua tecla da “cerebração inconsciente”. O Doutor Kidd pensava que em<br />
sua maioria os fenômenos eram subjetivos e três testemunhas, conquanto<br />
convencidas da autenticidade dos fatos, os tomavam por ações demoníacas. Essas<br />
objeções foram bem respondidas por Mr. Thomas Shoster, autor das “Confessions of<br />
a Truth Seeker” 87 , e secretário do Colégio dos Trabalhadores, numa admirável<br />
análise do relatório em The Spiritual Magazine 88 .<br />
É digno de nota que, ao ser publicado esse relatório tão importante quanto<br />
ponderado, tivesse sido ridicularizado por uma boa parte da imprensa de Londres.<br />
Uma honrosa exceção foi o Spectator. O noticiarista de The Times considerouo<br />
“nada mais que uma mixórdia de conclusões inconsistentes, adornada por uma<br />
85 Grattan Geary.<br />
86 E. L. Blanchard.<br />
87 “Confissões de um Pesquisador da Verdade”. — N. do T.<br />
88 1872, páginas. 3 a 15.