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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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170 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Mas esse alemão esclarecido, juntamente com Houdin, Kellar e outros mais,<br />

mostraram uma mente mais aberta.<br />

Seguiu­se uma visita à Dinamarca e em dezembro começaram as históricas<br />

sessões com o Professor Zõllner, em Leipzig. Um relato completo encontra­se na<br />

obra de Zóliner, “Física Transcendental”, que foi traduzida por Mr. C. C. Massey.<br />

Zõllner era Professor de Física e de Astronomia na Universidade de Leipzig e em<br />

sua companhia, nas experiências com Slade, estavam outros homens de ciência,<br />

inclusive William Edward Weber, Professor de Física; o Professor Scheibner, ilustre<br />

matemático; Gustave Theodore Fechner, Professor de Física e eminente filósofo<br />

naturalista, todos na expressão do Professor Zõllner, “perfeitamente convencidos da<br />

realidade dos fatos observados, inclusive de que não havia impostura ou<br />

prestidigitação.” Entre os fenômenos contavam­se os nós dados numa corda sem<br />

fim, o rompimento das cortinas do leito do Professor Zóllner, o desaparecimento e<br />

imediato aparecimento de uma pequena mesa, descendo do teto em plena luz, numa<br />

casa particular e debaixo de observação, notando­se principalmente a aparente<br />

imobilidade do Doutor Slade durante essas ocorrencias.<br />

Certos críticos tentaram apontar aquilo a que chamavam de precauções<br />

insuficientes nessas experiências. O Doutor J. Maxwell, arguto crítico francês, deu<br />

uma excelente resposta a essas objeções. Argumenta ele 71 que, desde que<br />

investigadores de psiquismo, habilidosos e conscientes, deixaram de indicar<br />

explicitamente, nos seus relatórios, que todas as hipóteses de fraude foram estudadas<br />

e postas de lado, na suposição de que “sua afirmação implícita da realidade do<br />

fenômeno lhes parece suficiente”, e para evitar que seus relatórios se tornassem de<br />

difícil manuseio, críticos capciosos não hesitaram em os condenar e sugerir<br />

possíveis fraudes, quase inadmissíveis nas condições que foram observadas.<br />

Zõllner deu uma resposta digna à suposição de que havia sido ludibriado na<br />

experiência de nós na corda: “Se, não obstante o fundamento do fato, por mim<br />

deduzido na pressuposição de uma concepção mais larga de espaço, pudesse ser<br />

negado, só uma outra espécie de explicação restaria, surgindo de um código moral<br />

de consideração que, presentemente, é bem verdade, é muito habitual. Essa<br />

explicação consistiria na presunção de que eu próprio e os honrados cidadãos de<br />

Leipzig, em cuja presença muitas dessas cordas foram lacradas, ou eram vulgares<br />

impostores, ou não tinham senso suficiente para perceber que o próprio Mr. Slade<br />

tinha feito aqueles nós, antes que as cordas fossem lacradas. A discussão,<br />

entretanto, de uma tal hipótese, já não pertence ao domínio da ciência: cai na<br />

categoria da decência social”. 72<br />

Como uma amostra dessas impetuosas declarações dos oponentes do<br />

Espiritismo, deve mencionar­se que Mr. Joseph McCabe, que é ultrapassado apenas<br />

pelo americano Houdini pelas grosseiras imprecisões, fala de Zôllner 73 como “um<br />

professor decrépito e míope”, quando na verdade ele faleceu em 1882 aos quarenta e<br />

oito anos de idade e suas experiências com Slade haviam sido feitas entre 1877 e<br />

1878, quando esse cientista se achava no vigor de sua vida intelectual.<br />

71 “Metapsychicat Phenomena” (Translation 1905), página 405.<br />

72 Massey’s Zóllner, páginas 20­21.<br />

73 “Spiritualism. A Popular Histor y from 1847”, página 161.

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