A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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183 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
porção de monstruosidades sem valor que, para infelicidade nossa, jamais se<br />
reuniram para um julgamento.”<br />
O Morning Post disse: “O relatório que foi publicado não vale nada.”<br />
O Saturday Review esperava que aquele relatório “desacreditasse um pouco<br />
mais uma das mais inequivocamente degradantes superstições que jamais circularam<br />
entre gente que raciocina.<br />
O Standard fez uma crítica sólida, que merece ser lembrada. Objetando à<br />
observação dos que não acreditam no Espiritismo, embora digam que “existe algo<br />
novo” o jornal observou sabiamente: “Se nisto existe algo além de impostura e<br />
imbecilidade, há todo um outro mundo aí”.<br />
O Daily News considera o relatório como “uma importante contribuição<br />
para a literatura de um assunto que, mais dia menos dia, pelo próprio número de<br />
seus adeptos, exigirá mais longa investigação”.<br />
O Spectator, depois de descrever o livro como extremamente curioso,<br />
acrescenta: “Poucos, entretanto, lerão a massa de provas coligidas nesse volume,<br />
mostrando a sólida fé na realidade dos supostos fenômenos espíritas, ocorridos com<br />
um bom número de indivíduos de caráter respeitável e sólido, sem concordar,<br />
também, com a opinião de Mr. Jeffrey de que os notáveis fenômenos testemunhados,<br />
alguns dos quais não tinham sido inquinados de impostura ou de fraude e o<br />
testemunho coletivo de pessoas respeitáveis justificam a recomendação do assunto a<br />
investigações posteriores cautelosas”.<br />
São estes ligeiros extratos de um noticiário mais longo nalguns poucos<br />
jornais de Londres — pois houve muitos outros — e, ruins como são, não deixam de<br />
indicar que nenhuma mudança de atitude houve por parte da imprensa, que<br />
habitualmente ignorava o assunto.<br />
É preciso lembrar que o relatório apenas tratava do aspecto fenomênico do<br />
Espiritismo e este, na opinião dos dirigentes espíritas, constitui, decididamente, o<br />
seu lado menos importante. Apenas no relatório de uma subcomissão se registra que,<br />
de um modo geral, o tema central das mensagens era que a morte física não passava<br />
de trivial assunto retrospectivo, mas que para o Espírito havia um renascimento em<br />
novas experiências de existências, que a vida do Espírito era, sob todos os pontos,<br />
humana; que as relações amigáveis eram tão comuns e agradáveis quanto em vida;<br />
que, não obstante os Espíritos demonstrassem grande interesse pelas coisas<br />
mundanas, não desejavam retornar à anterior condição de vida; que a comunicação<br />
com os amigos da Terra era agradável e desejada pelos Espíritos, devendo ser por<br />
aqueles tomada como uma prova da continuidade da vida, a despeito da dissolução<br />
do corpo, e que os Espíritos não pretendiam ter o poder seguro de profetizar. Eis os<br />
principais pontos das informações recebidas.<br />
No futuro será reconhecido, de um modo geral, que em seus dias e naquela<br />
geração, a Comissão da Sociedade Dialética realizou um trabalho excelente. A<br />
grande maioria de seus membros se opunha às alegações psíquicas, mas, em face da<br />
evidência, com poucas exceções, tais como o Doutor Edmunds, estes reforçaram o<br />
testemunho dos sentidos.<br />
Houve poucos exemplos de intolerância, como a infeliz declaração de<br />
Huxley e a de Charles Bradlaugh de que nem mesmo examinaria certas coisas,