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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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329 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

visões de Swedenborg, no “Espiritismo”, do Juiz Edmonds e em outros volumes.<br />

Nossa falta de informações de primeira mão é devida ao fato de que não somos<br />

Hamlets e que não temos contacto direto com os que vivem nessas esferas inferiores.<br />

Delas temos notícias indiretamente, através dos mais altos Espíritos que nelas<br />

realizam trabalhos missionários, trabalhos que parecem ser realizados com tamanhas<br />

dificuldades e perigos quanto os que rodeariam o homem que tentasse evangelizar as<br />

mais selvagens raças da Terra. Lemos histórias da descida de Espíritos elevados às<br />

mais baixas esferas, de seus combates com as forças do mal, de grandes príncipes do<br />

mal que são formidáveis em seus próprios reinos e de toda uma imensa cloaca de<br />

almas nas quais os esgotos psíquicos do mundo são derramados incessantemente.<br />

Entretanto tudo isto deve ser considerado antes do ponto de vista do remédio do que<br />

do castigo. Essas esferas são as salas de espera — hospitais para almas doentes —<br />

onde a experiência punitiva é intentada para trazer o sofredor à saúde e à felicidade.<br />

Nossa informação é mais completa quando nos voltamos para regiões mais<br />

felizes, nas quais parece que a beleza e a felicidade são graduadas conforme o<br />

desenvolvimento espiritual dos seus habitantes. A coisa se torna mais clara se<br />

substituirmos a bondade e o altruísmo pela expressão “desenvolvimento espiritual”,<br />

pois nessa direção se encontra todo o crescimento da alma. Por certo que é um<br />

assunto muito diverso do intelecto, embora a união das qualidades intelectuais com<br />

as espirituais naturalmente produzam efeitos mais perfeitos.<br />

As condições de vida no além normal — e seria um reflexo da justiça e da<br />

misericórdia da Inteligência Central se o além normal não fosse também o feliz além<br />

— são descritos como extraordinariamente felizes. O ar, as vistas, as casas, o<br />

ambiente, as ocupações, tudo tem sido descrito com tantos detalhes e geralmente<br />

com o comentário de que as palavras não são capazes de lhes pintar a gloriosa<br />

realidade. Pode ser que haja algo de parábola e de analogia nessas descrições, mas o<br />

autor se inclina a lhes dar inteiro valor e acredita que a “Summerland”, como Davis<br />

a chamou, é tão real e objetiva aos seus habitantes quanto o nosso mundo para nós.<br />

Fácil é levantar uma objeção: “Por que, então, não a vemos?” Mas devemos<br />

imaginar que uma vida etérica se exprime em termos etéricos e que, exatamente<br />

como nós, com cinco sentidos materiais, nos afinamos com o mundo material, eles<br />

com seus corpos etéricos, se afinam com as vistas e os sons do mundo etérico. Aliás<br />

o vocábulo “éter” só é usado por conveniência, para exprimir algo muito mais sutil<br />

que a nossa atmosfera.<br />

Absolutamente não temos prova de que o éter dos físicos seja também o<br />

meio no mundo espiritual. Pode haver outras essências finas, muito mais delicadas<br />

que o éter, como é o éter em comparação com o ar.<br />

O céu espiritual, pois, pareceria uma sublimada e etérica reprodução da<br />

Terra e da vida terrena, em condições melhores e mais elevadas. “Embaixo — como<br />

em cima, dizia Paracelso, e fez soar a nota fundamental do universo, quando o<br />

proclamou. O corpo leva, consigo, suas qualidades espirituais e intelectuais,<br />

imutáveis pela transição de uma sala da grande mansão universal para a vizinha. É<br />

inalterado na forma, salvo que o jovem e o velho tendem para uma expressão normal<br />

de completa maturidade. Garantindo que assim é, devemos admitir a racionalidade<br />

da dedução de que tudo o mais deve ser do mesmo modo e que as ocupações e o<br />

sistema geral de vida deve ser tal que permita oportunidades para os talentos

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