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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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163 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

Foi feita uma referência a Jehn King, o Espírito dirigente das sessões dos<br />

Holmes. Essa estranha entidade parece ter sido o principal controlador de todos os<br />

fenômenos físicos nos primeiros dias do movimento e ainda é visto e ouvido<br />

ocasionalmente. Seu nome está ligado com o salão de música de Koons, com os<br />

irmãos Davenport, com Williams em Londres, com Mrs. Holmes e muitos outros.<br />

Pessoalmente, quando materializado, tem aparência de um homem alto, moreno,<br />

uma cabeça nobre e grande barba negra. Sua voz é alta e profunda, enquanto as suas<br />

batidas têm um caráter peculiar. É senhor de todas as línguas, tendo sido<br />

experimentado nas línguas mais originais, como o georgiano, e nunca foi pilhado em<br />

erro.<br />

Essa criatura formidável controla bandos de Espíritos inferiores, índios<br />

Peles­Vermelhas e outros, que assistem a tais fenômenos. Afirma que Katie King é<br />

sua filha e que em vida, como Henry Morgan, fora pirata, perdoado e armado<br />

cavaleiro por Carlos 2º e que terminara como Governador da Jamaica. Se assim foi,<br />

teria sido um rufião crudelíssimo, que muito terá que expiar. Contudo, o autor deve<br />

declarar que possui um retrato de Henry Morgan, feito na época — e que se encontra<br />

na obra de Howard Pyles “Buccaneers”, à página 178, e que, se controlada, nenhuma<br />

semelhança apresenta com John King. Todas estas questões de identificação<br />

material são muito obscuras. 67<br />

Antes de encerrar o relato das experiências de Olcott, nessa etapa de sua<br />

evolução, deve ser feita uma referência ao caso da chamada transfiguração de<br />

Compton, que mostra em que águas profundas nos encontramos quando tentamos<br />

pesquisas psíquicas. Essas profundezas ainda não foram avaliadas, nem delineadas.<br />

Nada pode ser mais claro do que os fatos, nem mais satisfatório do que as provas. A<br />

médium Mrs. Compton se achava fechada em sua cabine, com um fio passado pelos<br />

furos de suas orelhas e amarrado ao encôsto de sua cadeira. Então uma esguia figura<br />

branca emergiu da cabine. Olcott tinha providenciado uma balança de plataforma, na<br />

qual o Espírito ficou de pé. Foi pesado duas vezes, registrando 35,7 quilos e 27,3<br />

quilos respectivamente. Então, conforme as disposições prévias, Olcott foi à cabine,<br />

deixando o espectro do lado de fora. A médium tinha desaparecido. A cadeira lá<br />

estava, mas nem sinal da senhora. Então Olcott voltou e pesou novamente a<br />

aparição, que então apresentava 23,5 quilos. Depois disso o Espírito voltou à cabine,<br />

da qual surgiam outras figuras. Finalmente, diz Olcott:<br />

“Eu ali entrei com uma lâmpada e encontrei a médium exatamente como havia<br />

deixado no começo da sessão, com os fios intactos e cada nó perfeito! Estava sentada, com a<br />

cabeça apoiada na parede, pálida e fria como mármore, os olhos revirados, a testa coberta de<br />

uma umidade de morte, sem respiração pulmonar nem batidas do pulso. Quando todos<br />

acabaram de examinar os fios e os nós frágeis eu os cortei com uma tesoura e, levantando a<br />

cadeira pelo encôsto e pelo assento, transportei a senhora em catalepsia para um lugar<br />

arejado fora da câmara. Ela ficou inanimada durante dezoito minutos. Gradativamente a vida<br />

foi voltando, até que a respiração, o pulso e a temperatura se tornaram normais... Então a<br />

levei para a balança... Pesava 55 quilos!”<br />

67 Como o autor deu uma deixa contra a identidade de John King como Morgan, é justo que dê outra que<br />

a comprove — e esta lhe vem quase que em primeira mão e de fonte fidedigna. A filha de um recente<br />

Governador da Jamaica achava­se ultimamente numa sessão em Londres e se defrontou com John King.<br />

O Espírito King lhe disse: — “ Você trouxe da Jamaica algo que me pertencia.” — “O que foi?”<br />

perguntou ela. — “ Meu testamento”, respondeu ele. Era um fato, absolutamente desconhecido dos<br />

presentes, que seu pai havia trazido tal documento.

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