A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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277 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
a justiça do Governo Divino, explicando a natureza do Mal, como fruto da<br />
ignorância e mostrando o processo pelo qual os homens tornarseão iluminados e<br />
purificados. ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ é um comentário dos preceitos<br />
morais de Cristo, com um exame de sua vida e uma comparação de seus incidentes<br />
com as atuais manifestações do poder do Espírito. ‘A Gênese’ mostra a<br />
concordância da Filosofia Espírita com as descobertas da Ciência Moderna e com<br />
o ponto de vista geral dos escritos mosaicos, conforme a explicação dos Espíritos.”<br />
“Essas obras”, diz ela, “são consideradas pela maioria dos Espíritas do<br />
Continente como constituindo a base da filosofia religiosa do futuro —uma filosofia<br />
em harmonia com o avanço das descobertas científicas nos vários Outros ramos do<br />
conhecimento humano; promulgada pela falange de Espíritos iluminados que agiam<br />
sob a direção do próprio Cristo”.<br />
De um modo geral, ao autor se afigura que o balanço das provas mostra que<br />
a reencarnação é um fato, mas não necessariamente universal. Quanto à ignorância<br />
dos nossos amigos Espíritas sobre o assunto, concerne ao seu próprio futuro; e se<br />
não somos esclarecidos quanto ao nosso, é possível que eles sofram as mesmas<br />
limitações. Quando se apresenta a questão: “Onde estávamos nós antes do nosso<br />
nascimento?” temos uma resposta definitiva no sistema do lento desenvolvimento<br />
pela reencarnação, com longos intervalos de repouso espiritual; enquanto de outra<br />
maneira não temos resposta, embora tenhamos que admitir que é inconcebível que<br />
tenhamos nascido em tempo para a eternidade. Existência posterior parece postular<br />
existência anterior. Quanto à pergunta natural: “Por que, então, não nos recordamos<br />
de tais existências?” podemos indicar que tais lembranças poderiam complicar<br />
enormemente a vida presente e que tais existências bem podem formar um ciclo que<br />
se nos torna muito claro, quando pudermos ver completo o rosário de nossas vidas<br />
enfiadas numa personalidade.<br />
A convergência de tantas linhas do pensamento teosófico e oriental para<br />
esta conclusão e a explicação que ela oferece na doutrina suplementar do Karma, de<br />
uma aparente injustiça de uma vida única, são argumentos em seu favor, como<br />
devem sêlo, talvez, aqueles vagos reconhecimentos e lembranças, ocasionalmente<br />
muito definidos para serem explicados como impressões atávicas. Certas<br />
experiências de hipnotismo, das quais as mais famosas foram as do investigador<br />
francês Coronel De Rochas, parece que constituíram uma evidência segura, pois<br />
quando o sensitivo em transe era levado para o passado, em supostas reencarnações,<br />
as mais remotas eram mais difíceis de descrever, enquanto as mais próximas eram<br />
suspeitas de ser influenciadas pelo conhecimento normal do médium. Pelo menos<br />
pode admitirse que onde uma tarefa especial deve ser concluída, ou onde alguma<br />
falta deve ser remediada, a possibilidade de reencarnação pode ser uma coisa bemvinda<br />
para o Espírito a quem isto concerne.<br />
Antes de voltar à história do Espiritismo Francês não se pode deixar de<br />
atentar para o esplêndido grupo de escritores que o exornam. Fora de Allan Kardec e<br />
do trabalho científico de pesquisas de Geley, Maxwell, Flammarion e Richet, houve<br />
puros espíritas, tais como Gabriel Delanne, Henri Regnault e Leon Denis, que<br />
deixaram pegadas. Especialmente o último teria sido considerado como um grande<br />
prosador francês, fosse qual fosse o seu tema.