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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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265 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

membros da assistência, com o que fazem um aparelho para falar e que o<br />

empregam” 170 .<br />

Mrs. Mary Marshall, falecida em 1875, e que foi a primeira dos médiuns<br />

públicos ingleses, era canal para vozes vindas de John King e outros. Em 1809, em<br />

Londres, Mr. W. Harrisson, redator de The Spiritualist, fez exaustivos ensaios com<br />

ela. Como os espíritas eram tidos como gente facilmente impressionável, é<br />

interessante notar a sua cuidadosa investigação. Falando de Mrs. Mary Marshall 171 ,<br />

diz ele: “Mesas e cadeiras moviam­se à luz do dia e por vezes se erguiam do chão,<br />

enquanto que nas sessões ás escuras ouviam­se vozes e viam­se manifestações<br />

luminosas. Todas estas coisas pareciam vir dos Espíritos. Então resolvi ser um<br />

visitante constante das sessões e permanecer no trabalho até verificar se as<br />

asserções eram verdadeiras ou descobrir a impostura com bastante precisão e<br />

segurança para o denunciar em presença de testemunhas e poder publicar os fatos<br />

com desenhos completos dos aparelhos usados. A voz de John King é inspirada por<br />

uma inteligência, ao que parece, inteiramente diferente da maneira da de Mr. e<br />

Mrs. Marshall. Entretanto, admiti que Mr. Marshall produziu a voz e, assistindo a<br />

algumas sessões, verifiquei que era comum que Mr. Marshall e John King falassem<br />

ao mesmo tempo. Assim, fui obrigado a abandonar a minha teoria. Então admiti que<br />

era Mrs. Marshall quem falava, até que uma noite fiquei junto a ela; ela estava à<br />

minha direita e eu lhe segurava a mão e o braço e John King veio e falou ao meu<br />

ouvido esquerdo, quando Mrs. Marshall estava absolutamente imóvel. Assim se foi<br />

minha nova teoria. Diante disso admiti que um parceiro entre os visitantes do grupo<br />

fazia a voz de John King. De modo que fiz uma sessão apenas com Mr. Marshall e<br />

sua senhora. John compareceu e falou durante uma hora. Por fim estabeleci que um<br />

parceiro escondido produzia a voz. Então fiz duas sessões nas quais Mrs. Marshall<br />

se achava entre estranhos, numa casa estranha, e novamente John King estava mais<br />

vivo do que nunca. Finalmente na noite de quinta­feira, 30 de dezembro de 1869,<br />

John King veio e falou a onze pessoas, no grupo de Mrs. C. Berry, na ausência de<br />

Mr. Marshall e de sua senhora, sendo médium Mrs. Perzin”.<br />

Enquanto Mr. llarrison se satisfez, desse modo, de que nenhuma criatura<br />

humana presente produzia as vozes, não mencionou — o que era o caso — que as<br />

vozes frequentemente davam provas de identidade tais que nem o médium nem um<br />

comparsa poderiam ter dado.<br />

O senhor Damiani, conhecido investigador, em sua prova perante a<br />

Sociedade Dialética de Londres declarou 172 que as vozes lhe tinham falado em<br />

presença de médiuns não estipendiados, depois haviam conversado com ele em<br />

sessões particulares com Mrs. Marshall e aí “haviam demonstrado as mesmas<br />

peculiaridades quanto ao tom, a expressão, o andamento, o volume, a pronúncia, que<br />

nas vezes anteriores”. Essas vozes lhe falavam sobre assuntos de natureza tão<br />

particular que ninguém, além dele, podia ter conhecimento. Por vezes também<br />

predisseram acontecimentos que se verificaram em tempo certo.<br />

170 “The Spiritual Magazine”, 1872, página 45.<br />

171 “The Spiritualíst”, Volume 1º, página 38.<br />

172 “Report of the London Dialectical Society” (1871), página 201.

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