A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
204 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
numa sessão por Yolanda, a figura materializada, e a materialização de uma planta<br />
rara em flor. Diz Mr. Oxley: “Eu tinha fotografado a planta — Ixora crocata — na<br />
manhã seguinte, depois do que trouxe para casa e a coloquei na minha estufa, aos<br />
cuidados do jardineiro. Ela viveu três meses, depois murchou. Tomei as folhas,<br />
muitas das quais abandonei, exceto a flor e três brotos que o jardineiro cortou,<br />
quando cuidava da planta”.<br />
Na sessão de 28 de julho de 1890, na presença do Senhor Aksakoff e do<br />
Professor Butlerof, de São Petersburgo, um lírio dourado, de sete pés de altura, ao<br />
que se diz, foi materializado. Foi conservado durante uma semana, durante a qual<br />
foram tiradas seis fotografias, depois do que dissolveuse e desapareceu. Uma dessas<br />
fotografias aparece em “Shadow Land”, após a página 328. Uma forma feminina,<br />
um pouco mais alta que a médium, e conhecida pelo nome de YAyAli, provocava<br />
a maior admiração. Diz Mr. Oxley: “ Vi muitas formas de Espíritos materializados;<br />
mas a perfeição de simetria no rosto e a beleza da atitude jamais igualava a deste”.<br />
A figura lhe deu a planta que havia materializado; então jogou para trás o véu; deulhe<br />
um beijo na mão e estendeu a sua, que ele beijou. “Como estava exposta à luz,<br />
eu via perfeitamente a sua face e as mãos. O rosto era belo e as mãos macias,<br />
quentes e perfeitamente naturais, e, a não ser pelo que se seguiu, eu teria pensado<br />
estar segurando a mão de uma senhora permanentemente encarnada, perfeitamente<br />
natural, posto que exquisitamente bela e pura.”<br />
Prossegue descrevendo como ela se afastou dois pés da médium, na cabine<br />
e, à vista de todos, “desmaterializouse gradativamente, fundindose de cima para<br />
baixo, até que só a cabeça fosse vista no soalho; então essa diminuiu até que ficou<br />
um ponto branco, que desapareceu depois de alguns momentos.”<br />
Na mesma sessão materializouse uma forma de criança e pôs três dedos de<br />
sua mãozinha na de Mr. Oxley. Depois este a segurou e beijoua. Foi em agosto de<br />
1880. Mr. Oxley registra um fato muito interessante e de grande valor probante.<br />
Quando Yolanda, a moça árabe, estava falando com uma senhora na assistência, “a<br />
parte superior de seu vestido caiu e mostrou as suas formas. Verifiquei que as<br />
formas eram imperfeitas, pois o busto não era desenvolvido e o peito não era<br />
acentuado, o que constitui uma prova de que a forma não era uma figura<br />
preparada.” Ele poderia ter acrescentado que também não era a da médium.<br />
Escrevendo sobre “Como um médium se sente numa materialização”,<br />
Madame d’Esperance lança alguma luz sobre a curiosa simpatia que constantemente<br />
se nota entre o médium e a forma espiritual. Descrevendo uma sessão na qual estava<br />
sentada fora da cabine 101 diz ela: “E agora aparece outra pequena forma delicada,<br />
com os bracinhos estendidos. Alguém colocado do outro lado do grupo levantase,<br />
aproximamse e abraçamse. Ouço sons inarticulados: ‘Anna, oh! Anna, minha<br />
filha, querida filhinha!’ Então outra pessoa se ergue e cerca o Espírito com os<br />
braços; nessa ocasião ouço soluços e exclamações, de mistura com bênçãos. Sinto<br />
meu corpo moverse de um para outro lado; tudo se torna escuro aos meus olhos.<br />
Sinto o braço de alguém em torno aos meus ombros; o coração de alguém bate<br />
contra o meu peito. Parece que algo acontece. Ninguém está junto a mim; ninguém<br />
me presta a menor atenção. Todos os olhares estão lixados naquela figurinha<br />
101 Médium and Daybreak, 1893, página 46.