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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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262 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

imediatamente por que cada lei normal de fotografia é violada, por que sombras e<br />

luzes não mais concordam e, por fim, por que uma série de armadilhas são<br />

preparadas para a generalidade dos críticos convencionais. Também podemos<br />

entender por que, desde que a figura seja simplesmente constituída pela Inteligência<br />

e posta na chapa, encontramos resultados que são reproduções de velhos quadros e<br />

de fotografias, e porque também é possível que apareça o rosto de uma pessoa viva<br />

na chapa do mesmo modo que o de um Espírito desencarnado. Num exemplo, citado<br />

pelo Doutor Henslow, a reprodução de um raro escrito grego do Museu Britânico<br />

apareceu numa das chapas de Hope, com uma ligeira alteração no grego, o que<br />

provava que não era uma cópia 167 .<br />

Aqui, ao que parece, a Inteligência tinha notado a inscrição, tinha­a gravado<br />

na chapa, mas tinha feito um ligeiro lapso de memória na transcrição. Esta<br />

explicação tem o desconcertante corolário que o mero fato de termos o retrato<br />

psíquico de um amigo morto absolutamente não constitui prova de que o mesmo se<br />

ache presente. Sómente quando o fato éconfirmado independentemente numa<br />

sessão, antes ou depois, é que temos algo da natureza de prova.<br />

Em suas experiências com Hope, o autor teve a impressão de lobrigar o<br />

processo pelo qual as fotografias objetivas são construídas — tanto que pôde ele<br />

arranjar uma série de dísticos que mostraram os vários estágios. O primeiro desses<br />

dísticos, —tomado com Mr. William Jeffrey, de Glasgow, como assistente, —<br />

mostra uma espécie de casulo de veios finos, um material como fita, que poderemos<br />

chamar de ectoplasma, desde que os vários plasmas ainda não foram subdivididos. É<br />

tão tênue quanto uma bôlha de sabão e nada contém: isto poderia parecer o<br />

envoltório dentro do qual o processo é transportado, estando aí reunidas as forças,<br />

como se na cabine de um médium. No dístico seguinte vê­se que a face se formou<br />

dentro do casulo e que o casulo se abre debaixo do centro. São vistos vários estágios<br />

dessa abertura. Finalmente, a face aparece por fora, com o casulo festonado, para<br />

trás, e formando um arco sobre o rosto e um véu pendurado de ambos os lados. Esse<br />

véu é muito característico nas fotografias de Hope e quando falta em uma podemos<br />

sustentar que não houve presença objetiva e que é um puro efeito psicográfico. O<br />

véu ou mantilha, de várias formas, podem ser encontrados numa longa série de<br />

fotografias anteriores, e e especialmente observável numa tomada de um amador na<br />

Costa Ocidental Africana, onde o Espírito escuro tem densas dobras sobre a cabeça e<br />

no chão. Quando semelhantes resultados são alcançados em Crewe, ou em Lagos, é<br />

simples questão de bom senso convir que se trata de uma lei comum.<br />

Apontando a prova do casulo psíquico, espera o autor haver dado uma<br />

pequena contribuição para uma melhor compreensão do mecanismo da fotografia<br />

psíquica. É um verdadeiro departamento da ciência psíquica, como verá qualquer<br />

investigador sério.<br />

Contudo não se pode negar que tenha sido transformado em objeto para<br />

patifarias, como não podemos garantir que, por serem genuínos alguns resultados<br />

conseguidos por médiuns, tenhamos que aceitar de olhos fechados tudo quanto nos<br />

mostrem, venha de onde vier.<br />

167 “Proofs of the Truths of Spíritualism”, página 218. Henslaw.

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