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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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263 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

20<br />

Vozes Mediúnicas e Moldagens<br />

É<br />

impossível dedicar capítulos separados a cada forma de força psíquica, pois o<br />

resultado exorbitaria dos limites desta obra. Mas os fenômenos de produção de<br />

vozes bem como os de moldagens são tão claros e evidentes que não será<br />

supérfluo um relato mais desenvolvido.<br />

Milhares de pessoas tornam­se eco daquelas palavras de Jó: “eu ouvi uma<br />

voz”, significando uma voz que não vinha de alguém que vivesse na Terra. E o disse<br />

com segura convicção, depois de uma série de testes. A narrativa bíblica é farta em<br />

exemplos desse fenômeno 168 e as constatações psíquicas dos tempos modernos<br />

mostram que aqui, como em outras manifestações supra­normais, o que aconteceu<br />

na aurora do mundo acontece ainda.<br />

Os exemplos históricos de mensagens faladas são os de Sócrates e de Joana<br />

D’Arc, embora não seja claro que em ambos os casos as vozes tivessem sido<br />

audíveis para os outros.<br />

É à luz do inteiro conhecimento que chegamos a concluir, com alguma<br />

probabilidade, que as vozes ouvidas eram do mesmo caráter supranormal daquelas<br />

com que hoje estamos familiarizados.<br />

Mr. F. W. H. Myers 169 faz­nos pensar que o Demônio de Sócrates era “um<br />

mais profundo extrato do próprio sábio”, a comunicar­se com “o extrato superficial<br />

e consciente”. E do mesmo modo explicaria as vozes que vieram a Joana. Falando<br />

assim, entretanto, ele nada explica.<br />

Que devemos pensar da história de que as estátuas antigas falavam? O<br />

ilustre autor anónimo, — que se supõe tenha sido o Doutor Leornard Marsh, da<br />

Universidade de Vermont, — daquele curioso livro “Apocatastasis”, ou “Progresso<br />

Regressivo”, cita as seguintes palavras de Nonnus: “No que respeita a essa estátua<br />

(de Apolo), onde se achava, e como ela falava, eu nada disse. Deve, entretanto,<br />

entender­se que havia uma estátua em Delfos, que emitia uma voz inarticulada.<br />

Porque deveis saber que os Espíritos falam, com vozes inarticuladas, de vez que não<br />

possuem órgãos pelos quais possam falar articuladamente”.<br />

Assim o comenta o Doutor Marsh: “Parece que o autor não estava bem<br />

informado relativamente ao poder de falar dos Espíritos, desde que toda a história<br />

antiga declara que muitas vezes a sua voz era ouvida no ar, falando<br />

articuladamente e repetindo as mesmas palavras em diversos lugares; e essa voz<br />

era chamada, e universalmente conhecida, pelo nome de ‘Vox Divina’.”<br />

E prossegue dizendo que com a mencionada estátua o Espírito<br />

evidentemente estaria experimentando com o grosseiro material de que era feita —<br />

168 Veja­se “The Voices”, de Usborne Moore (1913), página 433.<br />

169 SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH Jornal, Volume 3º (1887) página 131.

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