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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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135 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

sobre a mesa. A luz foi apagada e esse casaco foi levado para as costas de Mr. Fay<br />

com a mesma rapidezembro Durante as ocorrências acima no escuro, culocamos<br />

uma fôllia de papel debaixo dos pés dos dois operadores e com um lápis fizemos o<br />

seu contôrno, a fim de verificar se eles os tinham movido. Por iniciativa própria<br />

eles quiseram ficar com as mãos cheias de farinha ou substância similar, a fim de<br />

provarem que não as tinham usado, mas essa precaução foi julgada desnecessária.<br />

Contudo, nós lhes pedimos que contassem de um a doze continuamente, para que<br />

suas vozes fossem ouvidas ininterruptamente e pudéssemos saber que vinham do<br />

lugar onde estavam amarrados. Cada um de nós segurou firmemente o vizinho, de<br />

modo que ninguém podia mover­se sem que duas pessoas adjacentes o<br />

percebessem. No fim da sessão estabeleceu­se uma conversa geral, a respeito do<br />

que tínhamos visto e ouvido. Lord Bury sugeriu que a opinião parecia ser que<br />

deveríamos assegurar aos Irmãos Davenport e a Mr. Fay que, depois de rigoroso<br />

julgamento e rigorosa investigação de seus procedimentos, os senhores presentes<br />

não podiam chegar a outra conclusão senão de que não havia qualquer indicio de<br />

truque e, certamente, nem havia com parsas nem maquinismos, e que todos aqueles<br />

que haviam testemunhado os resultados declaravam livremente, na sociedade em<br />

que se achavam, até onde as investigações lhes permitiam formar opinião, que os<br />

fenômenos ocorridos em sua presença não eram produto de malabarismo. Esta<br />

sugestão foi aceita por todos imediatamente.”<br />

Esse maravilhosamente completo e lúcido relato é dado sem abreviações,<br />

porque responde a muitas objeções e porque o caráter do narrador e testemunha não<br />

pode ser posto em dúvida. Certamente deve ser aceito como conclusivo, no que<br />

respeita a honestidade. Toda obsessão subsequente é mera ignorância dos fatos.<br />

Em outubro de 1864 os Davenport começaram a realizar sessões públicas<br />

no Queen’s Concert Rooms, em Hanover Square. Eram escolhidas comissões entre<br />

os assistentes e eram feitos esforços visando descobrir como as coisas eram feitas,<br />

mas tudo sem resultado. Essas sessões, entremeadas por sessões particulares,<br />

continuaram todas as noites, até o fim do ano. A imprensa diária estava repleta de<br />

seus relatos e o nome dos irmãos estava em todas as bôcas. No começo de 1865<br />

fizeram uma excursão pelas províncias inglesas, e em Liverpool, Hudderfield e<br />

Leeds sofreram violências físicas da multidão. Em fevereiro, em Liverpool, dois dos<br />

assistentes lhes ataram as mãos tão brutalmente que sangraram e Mr. Ferguson<br />

cortou as cordas e os soltou. Os Davenports recusaram­se a continuar e a multidão<br />

invadiu o palco e destruiu a cabine. As mesmas táticas foram seguidas em<br />

Hadderfield a 21 de fevereiro e depois em Leeds, com crescente violência,<br />

organizada pelos opositores. Essas desordens levaram os Davenports a cancelar<br />

quaisquer outros compromissos na Inglaterra. Depois disso foram a Paris, onde<br />

receberam o conselho de ir ao Palácio de St. Cloud, onde o Imperador e a<br />

Imperatriz, com um séquito de cerca de quarenta pessoas, testemunharam a sessão.<br />

Quando em Paris, Hamilton, sucessor do célebre mágico Robert Houdin, os visitou e<br />

numa carta a um jornal parisiense, diz: “Os fenômenos ultrapassaram a minha<br />

expectativa e foram cheios de interesse para mim. Considero um dever declarar que<br />

são inexplicáveis.” Depois de breve visita à Inglaterra, a Irlanda foi visitada em<br />

começos de 1866. Em Dublin tiveram muitos assistentes da alta sociedade, inclusive<br />

o redator do Irish Tines e o Reverendo Doutor Tisdal, que proclamava publicamente<br />

sua crença nas manifestações.

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