A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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279 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
examinados estavam acima de qualquer suspeita de impostura. Du Prel não estava<br />
contente, como muitos outros, de ter provas de segunda mão. Assim, fez um certo<br />
número de sessões com Eglinton e, mais tarde, com Eusapia Palladino. Deu especial<br />
atenção ao fenômeno da psicografia — escrita nas lousas, e assim se exprime: “Uma<br />
coisa é clara — é que a psicografia deve ser aceita como de origem transcendente.<br />
Verificaremos: 1) Que é inadmissível a hipótese de lousas preparadas. 2) Que o<br />
lugar onde se encontra a escrita é inacessível às mãos do médium. Nalguns casos a<br />
dupla lousa é seguramente trancada e deixa internamente um pequeno espaço para<br />
um pedacinho de lápis. 3) Que a escrita é feita no momento. 4) Que o médium não<br />
está escrevendo. 5) Que a escrita deve ser feita no momento com um pedaço de<br />
lousa ou um lápis comum. 6) A escrita é feita por um ser inteligente, de vez que as<br />
respostas são exatamente concordes com as perguntas. 7) Esse ser pode ler,<br />
escrever e entender a linguagem dos seres humanos, frequentemente uma língua<br />
desconhecida do médium. 8) Ele se parece muito com um ser humano, tanto no grau<br />
de inteligência quanto nos enganos que comete. Assim, esses seres são, embora<br />
invisíveis, de natureza ou espécie humana. É inútil lutar contra essa proposição. 9)<br />
Se se lhes pergunta quem são, respondem que são seres que deixaram este mundo.<br />
10) Quando essas aparências se tornam visíveis parcialmente — talvez apenas as<br />
mãos — estas têm forma humana. 11) Quando se tornam inteiramente visíveis<br />
mostram a forma e a atitude humanas... O Espiritismo deve ser investigado como<br />
uma ciência. Eu me consideraria um covarde se não exprimisse abertamente as<br />
minhas convicções.”<br />
Du Prel chama a atenção para o fato de que as suas convicções não se<br />
baseiam em resultados conseguidos com médiuns profissionais. Declara que<br />
conhece três médiuns particulares “em cuja presença não só se verifica a escrita<br />
direta no lado interno de duas lousas, mas que é feita em lugares inacessíveis.”<br />
“Nessas circunstâncias”, diz ele duramente, “a pergunta ‘Médium ou<br />
Mágico?’ ao que me parece, levanta mais poeira do que deve”. Isto é uma<br />
observação que os pesquisadores psíquicos deviam saber de cór.<br />
É interessante notar que Du Prel proclama a asserção que as mensagens são<br />
estúpidas e triviais apenas para serem inteiramente injustificadas peLa experiência,<br />
quando ao mesmo tempo afirma que não encontrou traços de inteligência sobrehumana,<br />
mas, naturalmente, antes de se pronunciar sobre esse ponto fora preciso<br />
determinar como uma inteligência sobrehumana poderia ser distinguida e até onde<br />
seria compreendida pelo nosso cérebro.<br />
Falando das materializações, diz ele: “Quando essas coisas se tornam<br />
inteiramente visíveis na sala escura, caso em que o médium se senta no meio do<br />
círculo formado pelos assistentes, mostram a forma e a atitude humanos. Dizse<br />
muito facilmente que neste caso é o próprio médium que se disfarça. Mas quando o<br />
médium fala de seu lugar; quando os vizinhos que o ladeiam declaram que<br />
seguraram as suas mãos e ao mesmo tempo eu vejo a figura de pé junto a mim,<br />
quando essa figura ilumina o seu rosto na lâmpada de vácuo que se acha sobre a<br />
mesa e cuja luz não é obstáculo aos fenômenos, de modo que eu posso ver<br />
distintamente, então a prova coletiva dos fatos que descrevi me impõe a necessidade<br />
da existência de um ser transcendente, ainda quando todas as conclusões a que<br />
cheguei durante vinte anos de trabalho e estudo tenham que ser derrubadas. Mas,