A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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221 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
Sidgwick em tais ocasiões. Muitas outras citações do mesmo tipo poderiam ser<br />
dadas em relação a outros médiuns famosos. Mr. Sidgwick contribuiu com um<br />
trabalho intitulado “Mr. Eglinton”, publicado no Jornal, órgão da Sociedade, em<br />
1886, e que provocou uma tempestade de críticas acerbas e um suplemento especial<br />
de Light, dedicado a cartas de protesto. Num comentário editorial, da pena de Mr.<br />
Stainton Moses, este jornal, que antes havia mostrado uma simpatia igual à novel<br />
sociedade, assim se expressa:<br />
“A Sociedade de Pesquisas Psíquicas em mais de um aspecto colocouse<br />
numa posição falsa e quando sua atenção era chamada para o fato permitiuse<br />
considerálo fraudulento. Na verdade, a história secreta da ‘Pesquisa Psíquica’ na<br />
Inglaterra, se for escrita, provará uma descrição muito instrutiva e sugestiva. Além<br />
disso — pesanos dizêlo e o fazemos com inteiro senso de gravidade de nossas<br />
palavras — até onde toca a discussão livre e completa, sua política tem sido<br />
obstrucionista... Nestas circunstâncias, pois, cabe à Sociedade de Pesquisas<br />
Psíquicas decidir se o atrito atualmente existente será aumentado ou se um modus<br />
vivendi entre ela e a Sociedade Espírita poderá ser estabelecido.”<br />
Nenhuma desaprovação oficial foi feita do ponto de vista da sociedade.<br />
Entretanto este seria o primeiro passo. A situação aqui indicada no quarto ano de<br />
vida da sociedade continuou com pequenas alterações até agora. Podemos vêla bem<br />
descrita por Sir Oliver Lodge 120 , que diz da Sociedade, embora não concordando<br />
com o que se diz: “Ela tem sido chamada de sociedade para a supressão dos fatos,<br />
para a imputação geral de impostura, para o desencorajamento dos sensitivos e<br />
para o repúdio de toda revelação daquela espécie que desce das regiões da luz e do<br />
conhecimento sobre a humanidade”.<br />
Uma das primeiras atividades públicas da SOCIETY FOR PSYCHICAL<br />
RESEARCH foi a viagem à Índia de seu representante Doutor Richard Hodgson,<br />
com o fito de investigar os supostos milagres que se davam em Adyar, quartel<br />
general de Madame Blavatsky, que havia desempenhado papel tão preeminente na<br />
ressurreição da antiga sabedoria do Oriente, sistematizandoa sob o nome de<br />
Teosofia, num sistema filosófico inteligível e aceitável pelo Ocidente. Não é aqui o<br />
lugar para discutir o caráter misto dessa notável senhora: basta dizer que o Doutor<br />
Hodgson formou opinião absolutamente contrária a ela e aos seus supostos milagres.<br />
Por algum tempo parecia que essa conclusão era definitiva; mas, posteriormente,<br />
certas razões forçaram a sua reconsideração, de que temos o melhor resumo na<br />
defesa feita pela Senhora Besant 121 .<br />
O ponto principal da Senhora Besant é que as testemunhas eram<br />
completamente maliciosas e corruptas e que muitos dos testemunhos eram<br />
claramente manipulados. O resultado líquido é que quando ocorrem episódios<br />
semelhantes, que maculam a reputação de Madame Blavatsky, não se pode dizer que<br />
se haja obtido uma prova definitiva. Neste, como noutros casos, o padrão dos<br />
argumentos da Sociedade, a fim de provar que houve fraude, é muito mais elástico<br />
do que quando ela examina os supostos fenômenos psíquicos.<br />
120 “The Survtval of Man” (1909), página 6.<br />
121 “H. Blavatsky and the Masters of Wisdom” (Theosophical Publishing House).