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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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337 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

declarar que, fora de qualquer dúvida, estamos convencidos de sua perfeita<br />

integridade e boa fé quanto ás premissas. Seja qual for a origem ou causa das<br />

batidas, as senhoras a cuja presença elas ocorrem não as produzem. Verificamos isto<br />

rigorosamente e com inteira satisfação.<br />

Sua conduta e atitudes é tão diversa da dos trapaceiros quanto possível e<br />

pensamos que ninguém que as conheça seria capaz de admitir que elas estivessem<br />

comprometidas em tão atrevida, ímpia e descarada trapaça, qual seria se elas<br />

produzissem os ruídos. E não é possível que uma tal trapaça fosse durante tanto<br />

tempo praticada em público. Um jogral pratica um truque ràpidamente e logo passa<br />

a outro; ele não dedica semanas e semanas sempre à mesma coisa, deliberadamente,<br />

em frente a centenas de pessoas que se assentam ao lado ou à sua frente em plena<br />

luz, não para uma diversão, mas para descobrir o truque.<br />

Um trapaceiro naturalmente evita conversar sobre o assunto de sua<br />

velhacaria, mas essas senhoras conversam livre e desembaraçadamente sobre a<br />

origem dessas batidas, desde alguns anos, em sua casa, sobre as variadas impressões<br />

que elas causaram, a excitação criada pela vizinhança, o progresso de seu<br />

desenvolvimento — aquilo que elas viram, ouviram ou sentiram desde o princípio<br />

até agora. Se tudo fosse falso, não poderiam deixar de se ter embaraçado num<br />

labirinto de terríveis contradições, desde que cada uma dá separadamente, um relato<br />

dos mais interessantes acontecimentos nesta ou naquela ocasião.<br />

Criaturas suficientemente insensatas para se entregarem a isto sem reservas<br />

e precauções não teriam resistido a uma tal exposição nem por uma semana. Aliás, a<br />

variedade de opiniões sobre um assunto tão estranho naturalmente teria sido<br />

formada pelas várias pessoas que as visitaram, e presumimos que aqueles que<br />

apenas acorreram aos seus aposentos por cerca de uma hora e escutaram, num<br />

borborinho de estranhos, uma mistura de perguntas — das quais muitas não<br />

comportavam respostas proveitosas — tivessem certeza de inteligências invisíveis<br />

que respondessem por batidas ou ruídos originais no soalho, na mesa, etc., ou pelas<br />

letras do alfabeto ou qualquer outro meio e naturalmente saíssem intrigadas, talvez<br />

aborrecidas e raramente convencidas. Ë difícil admitir que um assunto,<br />

ostensivamente tão grave, pudesse ser apresentado sob as mais desfavoráveis<br />

condições para convencer. Mas daqueles que tiveram oportunidades felizes para uma<br />

investigação completa pensamos que três quartas partes estão convencidos, assim<br />

como nós, de que esses ruídos singulares e aparentes manifestações não são<br />

produzidos pela senhora Fox e suas filhas, nem por qualquer ser humano de parceria<br />

com elas.<br />

Como são causados e de onde procedem são questões que abrem um mais<br />

amplo campo de investigações e com cujos indícios não estamos familiarizados.<br />

Aquele que se julga dogmaticamente apto para decidir se essas manifestações são<br />

naturais ou sobrenaturais deve achar­se muito familiarizado com os arcanos do<br />

universo. Dizem as senhoras que estão informadas de que apenas isto representa o<br />

início de uma nova era, ou economia, na qual os Espíritos vestidos na carne são mais<br />

próximos e em contacto com os que atingiram a imortalidade; que as manifestações<br />

já se deram em muitas outras famílias e se destinam à difusão e se tornarão mais<br />

claras, até que todos possam comunicar­se livremente com os seus amigos, que se

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