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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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157 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

Honto, a ficar de pé sobre ela, enquanto o seu peso era verificado por uma terceira<br />

pessoa, Mr. Pritchard, cavalheiro respeitável e não interessado no assunto. Olcott faz<br />

um relato dos resultados e adiciona um certificado de Pritchard, como jurado perante<br />

um juiz. Honto foi pesada quatro vezes, de pé sobre a plataforma, de modo que não<br />

podia de modo algum aliviar o seu peso. Era uma mulher de um metro e sessenta<br />

centímetros de altura e era de esperar que registrasse um peso de cerca de sessenta e<br />

um quilos. Os quatro resultados foram, respectivamente, de 39,9; 26,3; 26,3 e 29,5<br />

quilos — todos tomados na mesma noite. Isso parece mostrar que seu corpo era um<br />

mero simulacro, cuja densidade podia variar de momento a momento. Também<br />

demonstrou aquilo que mais tarde foi verificado por Crawford, que todo o peso do<br />

simulacro não poderia derivar do médium. É inconcebível que Eddy, cujo peso era<br />

de cerca de 82 quilos, fosse capaz de dar quase 40. Toda a assistência, conforme a<br />

sua capacidade, que varia enormemente, é chamada a contribuir; e outros elementos<br />

podem muito provavelmente ser trazidos da atmosfera. Atualmente a maior perda de<br />

peso demonstrada por Miss Goligher, nas experiências de Crawford, foi de 23,7<br />

quilos; mas cada um dos assistentes sofreu uma perda de peso, conforme registrou o<br />

mostrador das cadeiras­balanças: era a contribuição individual para a formação do<br />

ectoplasma.<br />

Também preparou o Coronel Olcott duas balanças de mola e fez testes da<br />

capacidade de tração das mãos dos Espíritos, enquanto as do médium eram<br />

seguradas por alguém da assistência. Uma mão esquerda puxou com uma força de<br />

18 quilos e a direita, de 23,6 quilos, a uma luz tão boa que Olcott pôde ver que na<br />

mão direita faltava um dedo. Ele estava familiarizado com o caso, pois se tratava do<br />

Espírito de um marinheiro que havia perdido um dedo em vida. Quando a gente lê<br />

tais coisas, o aviso de Olcott de que seus resultados não eram definitivos e de que<br />

não tinha ele as perfeitas condições de experimentação, nos torna mais difícil a<br />

compreensão. Entretanto, fecha as suas conclusões com estas palavras: “Não<br />

obstante o número de cépticos se batendo contra esses fatos graníticos; não<br />

obstante o disfarce que possam vestir os ‘desmascaradores’, a trombetear<br />

cornetinhas de brinquedo, essa Jericó resistirá”.<br />

Uma observação feita por Olcott foi que essas formas ectoplásmicas<br />

obedeciam facilmente a um comando mental de um assistente de mente forte, pois<br />

iam e vinham aonde estes quisessem. Outros observadores em várias sessões<br />

notaram o mesmo fato, o que pode ser tomado como um dos pontos verificados<br />

nesse problema crucial.<br />

Há um outro ponto curioso que possivelmente Olcott deixou de noticiar. Os<br />

médiuns e os Espíritos que tinham sido muito seus amigos durante a sua longa<br />

visita, subitamente se tornaram azedos e esquivos. Parece que essa mudança se<br />

operou logo depois da chegada de Madame Blavatsky, com quem Olcott havia<br />

estabelecido íntimas relações. Como se sabe, aquela senhora era uma espírita<br />

convicta na ocasião, mas é possível que os Espíritos tenham previsto e pressentido o<br />

perigo oferecido pela dama russa. Os seus ensinos teosóficos, apresentados um ou<br />

dois anos mais tarde, eram tais que, embora os fenômenos fossem reais, os Espíritos<br />

eram meros cascões astrais e não tinham vida própria. Seja qual for a verdadeira<br />

explicação, a mudança nos Espíritos foi notável. “Muito embora a importância de<br />

meu trabalho tenha sido reconhecida e todas as facilidades razoáveis me tenham

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