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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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137 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

de como honestos mágicos. Se, como seu vencedor Maskelyne, tivessem pensado em<br />

dizer ‘Isto é muito fácil’, os irmãos não só teriam ganho uma fortuna como<br />

consideração”. Respondendo a isto, Light pergunta por que, se eles fossem simples<br />

mágicos e não crentes honestos em sua mediunidade, iriam suportar ataques, injúrias<br />

e insultos e sofrer as indignidades que lhes atiravam quando, se renunciassem a<br />

mediunidade, poderiam tornar­se considerados e ricos?<br />

Uma observação inevitável por parte daqueles que não são capazes de<br />

descobrir truques é perguntar que elevado objetivo pode encontrar­se em fenômenos<br />

semelhantes aos observados com os Davenport. O conhecido autor e arrojado<br />

espírita William Howitt deu uma boa resposta: “Esses que fazem truques e tocam<br />

instrumentos são Espíritos do céu? Na verdade Deus os pode mandar? Sim; Deus os<br />

envia para que nos ensinem, pelo menos, isto: que Ele tem servos de todos os graus<br />

e todos os gostos para fazerem toda sorte de trabalhos; e aqui Ele mandou aqueles<br />

que chamais Espíritos atrasados e palhaços a uma época degradada e muito<br />

sensual. Se Ele tivesse mandado algo mais elevado, teria passado por cima da<br />

assistência. Assim, nove décimos não acreditam no que veem. É triste verificar que<br />

os avenport — talvez os maiores médiuns de seu gênero que o mundo já viu —<br />

sofressem toda a vida uma oposição e uma perseguição brutais. Em muitas ocasiões<br />

suas vidas estiveram até em perigo. A gente é forçada a pensar que não haveria<br />

mais clara prova da influência das sombrias forças do mal do que essa permanente<br />

hostilidade a todas as manifestações espíritas.”<br />

A esse propósito diz Mr. Randall 50 : “Parece que há uma espécie de mávontade<br />

crônica, quase ódio, na mente de algumas pessoas contra toda e qualquer<br />

coisa espiritual. Parece que há um vapor flutuando no ar — uma espécie de esporo<br />

mental, fluindo pelo espaço, respirado pela grande maioria da humanidade, que<br />

acende um contínuo fogo letal em seus corações contra todos aqueles cuja missão é<br />

trazer a paz na terra e a boa vontade entre os homens. Os homens e as mulheres do<br />

futuro ficarão muito admirados dos que vivem atualmente, quando lerem que os<br />

Davenport e todos os outros médiuns foram forçados a enfrentar a mais inveterada<br />

hostilidade; que eles, e o autor destas linhas, foram obrigados a suportar horrores<br />

indescritíveis, por nenhum outro motivo senão porque buscavam convencer a<br />

multidão de que não eram animais que morrem sem deixar sinais, mas almas<br />

imortais, que sobrevivem aos túmulos. Só os médiuns são capazes de demonstrar<br />

que a existência do homem continua após a morte. E ainda — estranha incoerência<br />

da natureza humana! — as próprias pessoas que perseguem a estes, que são os seus<br />

mais verdadeiros e melhores amigos, que os atiram no desespêro ou lhes dão morte<br />

prematura, são as mesmas que prodigalizam tudo quanto a fortuna pode dar<br />

àqueles cujo ofício é apenas admitir que a humanidade é imortal.”<br />

Discutindo as alegações de vários mágicos profissionais de que haviam<br />

desmascarado ou imitado os Davenport, disse Sir Richard Burton: “Passei a maior<br />

parte de minha vida no Oriente, e vi muitos de seus mágicos. Finalmente tive a<br />

oportunidade de presenciar os trabalhos dos senhores Anderson e Tolmaque. O<br />

último mostrou, como dizem, notáveis mágicas, mas nem se aproximam do que<br />

fazem os irmãos Davenport e Mr. Fay: por exemplo, o bonito manejo de<br />

50 Biography, página 82.

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