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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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276 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

“...Se a reencarnação for uma verdade, lamentável e repelente como é,<br />

deve ter havido milhões de Espíritos que, ao entrarem no outro mundo, em vão<br />

terão procurado os seus parentes, os filhos, os amigos... Já teria chegado a nós esse<br />

sussurro de milhares, de dezenas de milhares de Espíritos comunicantes? Nunca.<br />

Podemos, portanto, só nesse campo, considerar falso o dogma da reencarnação<br />

como o inferno do qual ele brotou”.<br />

Mr. Howitt, entretanto, em sua veemência, esquece que deve haver um<br />

limite antes que se realize a nova reencarnação, e que, também, no ato deve haver<br />

um elemento da vontade.<br />

O Hon. Alexander Aksakof, num artigo muito interessante 189 dá os nomes<br />

dos médiuns do grupo de Allan Kardec, com uma descrição deles. E também indica<br />

que a ideia da reencarnação era fortemente aprovada na França naquele tempo, como<br />

se pode ver do trabalho de M. Pezzani — “A Pluralidade das Existências”, bem<br />

como de outros. Escreve Aksakof: “É claro que a propagação desta doutrina por<br />

Kardec foi matéria de forte predileção. De início a reencarnação não foi<br />

apresentada como objeto de estudo, mas como um dogma. Para o sustentar,<br />

recorreu com frequência a escritos de médiuns, que, como bem sabemos, facilmente<br />

se submetem á influência de ideias preconcebidas. E o Espiritismo as produziu em<br />

profusão. Enquanto que através de médiuns de efeitos físicos não só as<br />

comunicações são mais objetivas, mas sempre contrárias à doutrina da<br />

reencarnação. Kardec seguiu o rumo de sempre desprezar esse tipo de<br />

mediunidade, tomando como pretexto a sua inferioridade moral. Assim, o método<br />

experimental é, de modo geral, desconhecido no Espiritismo. Durante vinte anos ele<br />

não fez o menor progresso intrínseco e ficou em completa ignorância do Espiritismo<br />

anglo­americano. Os poucos médiuns franceses de fenômenos físicos que<br />

desenvolveram seus dons a des peito de Kardec, jamais foram mencionados na<br />

“Revue”; ficaram quase que desconhecidos dos Espíritas e apenas porque os seus<br />

guias não sustentavam a doutrina da reencarnação.”<br />

Acrescenta Aksakof que as suas observações não afetam a questão da<br />

reencarnação no abstrato, mas apenas no que respeita à sua propagação sob os<br />

auspícios do Espiritismo.<br />

Comentando o artigo de Aksakof, D. D. Home deu um impulso a uma fase<br />

da crença na reencarnação. Diz ele 190 . “Encontro muita gente que é<br />

reencarnacionista e tive o prazer de encontrar pelo menos doze que tinham sido<br />

Maria Antonieta, seis ou sete que tinham sido Mary, Rainha da Escócia; um bando,<br />

de Luiz e outros reis; cerca de vinte Alexandre, o Grande. Mas ainda não encontrei<br />

ninguém que tivesse sido um simples John Smith. E vos peço que, se o encontrardes,<br />

guardai­o como uma Curiosidade”<br />

Miss Anna Blackwell resume o conteúdo dos principais livros de Kardec do<br />

seguinte modo: “O Livro dos Espíritos demonstra a existência e os atributos do<br />

Poder Causal, e a natureza das relações entre aquele Poder e o Universo, pondonos<br />

no caminho da Operação Divina. ‘O Livro dos Médiuns’ descreve os vários<br />

métodos de comunicação entre este mundo e o outro. ‘O Céu e o Inferno’ reivindica<br />

189 Idem, 1876, página 57.<br />

190 “The Spiritualist”, Volume 7º, página 165.

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