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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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304 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

seria a gestação de um mundo melhor. Também os propagandistas de Haya e de<br />

outras conferências para o aplainamento de rivalidades internacionais não nos<br />

avisaram que a guerra mundial deveria preceder a realização daqueles desejos. Tudo<br />

era predição ou temor de um próximo caos. Só as mensagens espíritas, ao que<br />

saibamos, falam de uma esperança no após­guerra e saúdam a aproximação do caos,<br />

como prelúdio de um novo cosmos.<br />

As predições da Guerra nas mensagens não se podem se parar das de uma<br />

eventual Utopia. As mensagens não dizem “Haverá guerra”, ponto, e mudando de<br />

assunto, “Haverá uma Utopia”. Insinuam claramente que Utopia será consequência<br />

da Guerra. Contudo, não será possível dizer­se que os dois elementos componentes<br />

da profecia permanecerão ou cairão juntos, porque as predições de Guerra se<br />

realizaram; mas realizações ou a morte das predições utópicas eventualmente<br />

influenciarão a opinião pública, como fonte de predições de guerra. Se a Utopia<br />

prevista nessas mensagens se traduzisse em fato, seria muito difícil atribuir a<br />

predição desse fato como resultado da Guerra à presciência humana comum. Então<br />

surgiria um caso, por admitir­se a pretensão das mensagens e por se dar crédito á<br />

predição dos seres desencarnados. E se as predições utó picas fossem recebidas<br />

como trabalho das mentes desencarnadas, com toda probabilidade as predições da<br />

Guerra, que a elas se acham intimamente ligadas, seriam atribuidas à mesma fonte.<br />

Há muitíssimas outras profecias que foram mais ou menos bem sucedidas.<br />

Seu exame, entretanto, não deixará de impressionar o estudioso com a convicção de<br />

que o sentido de tempo é menos apurado nos detalhes espirituais. Muito<br />

frequentemente, onde os fatos são certos, as datas são lamentavelmente erradas.<br />

A mais exata de todas as profecias concernentes à Guerra parece que foi a<br />

de Sophia, uma jovem grega que, hipnotizada pelo Doutor Antoniou de Atenas,<br />

forneceu em transe oráculos falados. A data foi 6 de junho de 1914. Não só predisse<br />

a Grande Guerra, e quem seriam as partes, mas deu uma porção de detalhes, tais<br />

como a neutralidade da Itália no começo, sua subsequente aliança com a Entente, a<br />

ação da Grécia, o lugar da batalha final de Vardar, etc. É interessante, entretanto,<br />

notar que ela cometeu certos erros que tendem a mostrar que a posição do Fatalista<br />

não é segura e que, pelo menos, há uma Larga margem que pode ser afetada pela<br />

vontade e pela ação humanas 214 .<br />

Há muitos testemunhos relativos à ocorrência daquilo que pode ser<br />

chamado intervenção dos Espíritos durante a guerra.<br />

O Capitão W. E. Newcome contou o seguinte 215 :<br />

“Foi em setembro de 1916 que o 2º Suffolks deixou Loos para ir para o<br />

setor Norte de Albert. Acompanhei­os e quando nas trincheiras da linha de frente<br />

daquele setor, eu, com outros, testemunhei uma das mais notáveis ocorrências da<br />

guerra.<br />

“Entre o fim de outubro e 5 de novembro estávamos guarnecendo aquela<br />

parte com muito pouca tropa. A 1º de novembro os alemães fizeram um ataque<br />

cerrado, com enorme esforço para romper a linha. Tive ocasião de descer às linhas<br />

de reserva e, durante a minha ausência, começou o ataque alemão.<br />

214 “Revue Métapsychque”, Dezembro, 1925, páginas 380 a 390.<br />

215 “Pearson’s Magazine”, Agosto, 1919, páginas 190 e 191.

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