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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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173 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

“Então a aparição flutuou no ar e pousou sobre a mesa, deslizou<br />

rapidamente e três vezes curvou a suo figura em cumprimento gracioso, cada<br />

mesura com passada e profunda, trazendo a cabeça até seis polegadas de meu<br />

rosto. Ouvia­se o frufru do vestido, a cada movimento como se fora sêda. A face<br />

estava parcialmente velada, como antes. A visibilidade foi diminuindo e por fim<br />

desapareceu, como na primeira materialização”.<br />

São descritas outras sessões como esta.<br />

Diante dos complicados e rigorosos testes a que foi submetido com sucesso,<br />

a história do desmascaramento de Slade na América em 1886 não convence, mas<br />

nós a referimos por motivos históricos e para mostrar que tais incidentes não se<br />

acham excluídos de nosso exame do assunto. O Boston Herald de 2 de fevereiro de<br />

1886 assim abre os títulos de seu relato: “O célebre Doutor Slade pilhado em<br />

Weston, West Virgínia; escreve sobre lousas que descansam em seus joelhos<br />

debaixo da mesa e inove mesas e cadeiras com os artelhos”.<br />

Observadores numa sala anexa, olhando através de fendas embaixo das<br />

portas viram esses atos de agilidade sendo executados pelo médium, embora os que<br />

com ele se achavam na sala não o percebessem. Parece, entretanto, que houve neste,<br />

como em outros casos, ocorrências que tomaram a aparência de fraudes e havia<br />

Espíritas entre os que o denunciaram. Numa sessão pública, que se seguiu, para<br />

Escrita Espírita Direta, no Palácio da Justiça de Weston, Mr. E. S. Barret descreve<br />

como um “espírita” viu e explicou de que forma a impostura de Slade havia sido<br />

descoberta. Convidado a explicar­se, Slade parecia mudo e apenas pôde dizer,<br />

segundo o relato, que se os seus acusadores tinham sido enganados, ele também o<br />

tinha, pois se o engano era coisa sua, o tinha praticado inconscientemente.<br />

Mr. J. Simmons, administrador dos negócios de Slade, fez uma declaração<br />

franca, que parece indicar a operação de membros ectoplásmicos, como ficou<br />

provado, anos mais tarde, ser o caso com a famosa médium italiana Eusapia<br />

PalLadino. Diz ele: “Não duvido que esses senhores tenham visto aquilo que dizem;<br />

mas, ao mesmo tempo, estou convencido de que Slade é inocente daquilo de que é<br />

acusado, assim como o senhor (o redator) teria sido em similares circunstâncias.<br />

Mas sei que minha explicação não teria valor numa Corte de Justiça. Eu mesmo vi<br />

uma mão, que eu juraria ser de Slade, se fosse possível que sua mão ficasse naquela<br />

posição. Quando uma de suas mãos estava sobre a mesa e a outra segurava a lousa<br />

a um canto da mesa, apareceu uma terceira mão com uma escôva de roupa (e que<br />

momentos antes me havia escovado do joelho para cima), no meio do lado oposto<br />

da mesa, a qual tinha um metro e seis centímetros de comprimento.” Slade e o seu<br />

empresário foram presos e soltos mediante fiança, mas nenhuma medida posterior<br />

foi tomada contra eles.<br />

Também Fruesdell, em seu livro “Spiritualism, Bottom Facts” 77 , declara<br />

que viu Slade efetuar um movimento de objetos com o pé, e pede aos leitores que<br />

acreditem que o médium lhe fez uma completa confissão de como eram produzidas<br />

as suas manifestações. Se realmente Slade o fez, deve levar­se à conta de<br />

manifestação de doentia leviandade, procurando enganar um certo tipo de<br />

investigador, dizendo­lhe exatamente aquilo que ele queria que fosse dito. A tais<br />

77 “Espiritismo, Fatos básicos” — N. do T.

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