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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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196 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

numa sessão com Eusapia, poucos anos antes — jamais havia testemunhado um<br />

único fenômeno físico legítimo. “Em todas as suas investigações sempre tinha<br />

verificado fraudes e nada mais que fraudes”. Ainda mais, era um hábil ilusionista.<br />

Mr. Everard Fielding, secretário honorário da Sociedade, tinha feito investigações<br />

por alguns anos, mas “durante todo esse tempo jamais tinha visto um fenômeno<br />

físico que lhe parecesse conclusivamente provado” a não ser, talvez, um caso em<br />

sessão com Eusapia. O Doutor Hereward Carrington, o terceiro nomeado, conquanto<br />

tivesse assistido a inúmeras sessões, podia dizer que até assistir a uma sessão com<br />

Eusapia, “jamais tinha visto uma única manifestação de ordem física que pudesse<br />

considerar autêntica”.<br />

À primeira vista esse registro dos três investigadores parece esmagador<br />

para o que pensavam os Espíritas. Mas nas investigações de Eusapia Palladino esse<br />

trio de cépticos teve o seu Waterloo. A história completa de sua longa e paciente<br />

pesquisa desse médium em Nápoles encontra­se no livro do Doutor Hereward<br />

Carrington “Eusapia Palladino and Her Phenomena” (1909) 93 . Como prova da<br />

cuidadosa investigação dos cientistas do continente, devemos lembrar que o<br />

Professor Morselli observou nada menos que trinta e nove tipos diversos de<br />

fenômenos que se passavam com Eusapia Palladino. Os incidentes que se seguem<br />

devem ser lembrados porque bem podem ser classificados sob o título de “Provas<br />

malucas”. De uma sessão em Roma, em 1894, em presença do Professor Richet, do<br />

Doutor Schrenck Notzing, do Professor Lombroso e de outros, o relatório diz o<br />

seguinte:<br />

“Esperando obter o movimento de um objeto sem contacto, colocamos um<br />

pedacinho de papel dobrado em forma de ‘A’ sob um copo em cima de um disco de<br />

papelão fino... Nada se tendo verificado, não quisemos fatigar a médium e deixamos<br />

as coisas em cima de uma grande mesa. Então tomamos os nossos lugares em redor<br />

da mesinha, depois de havermos fechado cuidadosamente todas as portas, cujas<br />

chaves pedimos aos convidados que guardassem nos bolsos, para que não nos<br />

acusassem de não havermos tomado todas as precauções. A luz foi apagada. Logo<br />

ouvimos soar o copo sobre a nossa mesa e, tendo acendido uma luz, encontramo­lo<br />

em nosso meio e na mesma posição, emborcado e cobrindo o pedacinho de papel.<br />

Só que o papelão estava faltando. Em vão o procuramos. Terminada a sessão<br />

conduzi os convidados mais uma vez para a antecâmara. O Senhor Richet foi o<br />

primeiro a abrir a porta, bem aferrolhada por dentro. Qual não foi a sua surpresa<br />

quando percebeu, perto da soleira da porta e do outro lado, na caixa da escada, o<br />

disco que tanto procuráramos! Apanhou­o e todos reconheceram o papelão que fora<br />

posto debaixo do copo.”<br />

Uma forte prova digna de registro é a de que o Senhor de Fontenay<br />

fotografou várias mãos que apareciam sobre a cabeça de Eusapia e numa das<br />

fotografias as mãos da médium aparecem bem seguras pelos investigadores. Essas<br />

fotografias são reproduzidas nos “Annais of Psychical Science”, de abril de 1908,<br />

página 181 e seguintes. Na sexta e última sessão dessa série em Gênova, com o<br />

Professor Morselli, em 1906 e 1907, foi obtida uma prova decisiva. A médium<br />

estava amarrada no divã com uma larga faixa, como as camisas de força usadas nos<br />

asilos. Morselli, com a experiência de um alienista, realizou a operação e ainda<br />

93 “Eusapia Palladino e os seus Fenômenos” (1909). — N. do T.

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