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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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172 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

Em sua desesperada tentativa para explicar esse incidente Mr. McCabe diz<br />

que provavelmente o bastidor já estava quebrado e repregado com um parafuso. Na<br />

verdade não há limites para a credulidade dos incrédulos.<br />

Depois de uma série de êxitos nas sessões de São Petersburgo, Slade voltou<br />

a Londres por alguns dias, em 1878, e então se dirigiu à Austrália. Um interessante<br />

relato de seu trabalho ali é o livro de James Curtis “Rustlings in the Golden City” 76 .<br />

Então voltou à América. Em 1885 compareceu perante a Comissão Seybert, em<br />

Filadélfia e em 1887 visitou novamente a Inglaterra sob o nome de “Doutor<br />

Wilson”, posto se soubesse muito bem quem era ele. É possível que o disfarce fosse<br />

devido ao receio de renovação de velhos processos.<br />

Na maioria de suas sessões Slade demonstrou possuir clarividência e as<br />

mãos materializadas eram coisa familiar. Na Austrália, onde as condições psíquicas<br />

são boas, obteve materializações. Diz Mr. Curtis que o médium não gostava dessa<br />

forma de sessões, porque durante algum tempo sentia­se enfraquecido e porque<br />

preferia sessões em plena luz.<br />

Entretanto concordou em experimentar com Mr. Curtis, que assim descreve<br />

o que aconteceu em Ballarat, em Victoria:<br />

“Nossa primeira experiência com o aparecimento de Espíritos<br />

materializados ocorreu no Lester’s Hotel. Coloquei a mesa a cerca de quatro a<br />

cinco pés da parede do lado oeste do quarto. Mr. Slade sentou­se ao lado mais<br />

afastado da parede, enquanto me colocava no Lado norte. A luz do gás foi reduzida<br />

o suficiente para que fossem percebidos os objetos do quarto. Nossas mãos foram<br />

colocadas umas sobre as outras, numa pilha única. Sentamo­nos muito quietos<br />

durante uns dez minutos, quando observei algo como uma nuvem vaporosa entre<br />

mim e a parede. Quando minha atenção foi atraida para o fenômeno, ele tinha a<br />

altura e a côr de um cavalheiro com uma cartola acinzentada. Essa como que<br />

nuvem cresceu ràpidamente e se transformou, de modo que vi à nossa frente uma<br />

mulher — uma dama. O ser assim vestido e perfeito, ergueu­se do solo até a altura<br />

da mesa, onde me foi possível examiná­la mais distintamente. Os braços e as mãos<br />

tinham formas elegantes; o rosto, a boca, o nariz, as faces e os cabelos castanhos<br />

se mostravam harmoniosamente, cada parte em concordância com o todo. Só os<br />

olhos eram velados, porque não podiam materializar­se completamente. Os pés<br />

calçavam sapatos brancos de cetim. Toda a figura era graciosa e a toalete perfeita.<br />

O vestido brilhava à luz e era o mais bonito que eu jamais vira, nas suas cores<br />

brilhantes, com cambiantes de prata, cinza e branco, O Espírito materializado<br />

deslizou e andou um pouco, fazendo a mesa vibrar e mesmo oscilar. Também pude<br />

ouvir o frufru do vestido, quando a visitante celeste se movia de um lugar para<br />

outro. A forma espiritual, a dois pés de nossas mãos ainda empilhadas, foi se<br />

dissolvendo até desaparecer aos nossos olhos”.<br />

As condições dessa bela sessão, na qual as mãos do médium estavam<br />

seguras e havia luz suficiente para a visibilidade, parecem satisfatórias, desde que<br />

aceitemos a honestidade da testemunha. Como o prefácio contém o valioso<br />

testemunho de um membro responsável de um Governo Australiano, que também se<br />

refere, de início, ao extremo cepticismo de Mr. Curtis, bem podemos aceitá­lo. Na<br />

mesma sessão, a figura reapareceu quinze minutos depois:<br />

76 “Ruídos na Cidade de Ouro”. — N. do T.

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