A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
213 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
palavras: “Quanto mais o conhecemos e quanto mais vimos o seu trabalho, tanto<br />
maior é a nossa saudade do senhor”.<br />
Em 1872 é que sua atenção se voltou para o Espiritismo, por meio de<br />
sessões com Williams e Miss Lottie Fowler. Muito antes havia ele verificado que<br />
possuía o dom da mediunidade de maneira invulgar. Ao mesmo tempo se havia<br />
prontificado a fazer um estudo completo do assunto, pondo sua poderosa<br />
inteligência a esse serviço. Seus escritos, com o pseudônimo de M. A. Oxon, são<br />
clássicos no Espiritismo. Incluem os “Ensinos Espiritualistas”, elevados aspectos do<br />
Espiritismo, e outros trabalhos. Finalmente tornouse redator de Light e durante<br />
muitos anos sustentou as suas altas tradições. Sua mediunidade progrediu<br />
ràpidamente até que abarcou quase todos os fenômenos físicos conhecidos.<br />
Esses resultados não foram conseguidos antes que ele passasse por um<br />
período de preparação. Diz ele: “Durante muito tempo falhoume a prova desejada.<br />
E, se tivesse feito como a maioria dos investigadores, teria desesperado e<br />
abandonado a investigação. Meu estado mental era muito positivo e eu era<br />
obrigado a algum sofrimento pessoal antes de conseguir o que desejava. Pouco a<br />
pouco, um pedacinho aqui, outro ali, veio a prova, quando minha mente se abriu<br />
para a receber. Cerca de seis meses haviam sido aplicados em persistentes esforços<br />
para que me fosse dada a prova da eterna existência de Espíritos humanos e de seu<br />
poder de comunicação.”<br />
Em presença de Stainton Moses erguiamse no ar mesas pesadas, livros e<br />
cartas eram trazidos de uma sala para outra em plena luz. Há testemunhos<br />
independentes dessas manifestações, por pessoas fidedignas. Em seu lIvro “What am<br />
1?” 113 , o finado Serjeant Cox registra o seguinte incidente, ocorrido com Stainton<br />
Moses:<br />
“Terçafeira, 2 de junho de 1873, um amigo pessoal, cavalheiro de alta<br />
posição social, formado em Oxford, veio à minha residência em Russel Square,<br />
vestirse para um jantar a que tínhamos sido convidados. Ele havia demonstrado<br />
antes notável força psíquica. Como tínhamos meia hora de espera, fomos à sala de<br />
jantar. Eram exatamente seis horas e, aliás, estava claro. Eu abria cartas e ele lia<br />
The Times. Minha mesa de jantar é de mogno, muito pesada, antiga, e tem um<br />
metro e oitenta por dois e setenta. Está sobre um tapête turco, o que aumenta a<br />
dificuldade de a mover. Uma tentativa mais tarde mostrou que os esforços<br />
combinados de dois homens fortes apenas a moviam uma polegada. Estava sem<br />
toalha e a luz caía em cheio sobre ela. Ninguém se achava na sala, exceto eu e meu<br />
amigo. Subitamente, enquanto estávamos sentados, ocorreram batidas altas e<br />
frequentes sobre a mesa. Meu amigo estava sentado e segurava o jornal com ambas<br />
as mãos, tendo um braço apoiado na mesa e o outro no espaldar da cadeira;<br />
sentavase de lado, de modo que as pernas e os pés não se achavam debaixo da<br />
mesa, mas de lado. Então a mesa estremeceu, como se estivesse com sezões; depois<br />
oscilou para um lado e para o outro tão violentamente, quase deslocando as<br />
pesadas colunas, em número de oito, que lhe serviam de pernas. Em seguida,<br />
moveuse para a frente cerca de três polegadas. Olhei para baixo dela, para me<br />
assegurar de que não era tocada; mas ainda se moveu e continuaram as batidas no<br />
seu tampo. Esse súbito acesso de tal força, àquela hora e naquele lugar, sem<br />
ninguém mais, além de mim e de meu amigo, e sem qualquer ideia de a invocar,<br />
113 "Que Sou Eu?". N. do T.