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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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303 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

“Mensageiro: Na Europa haverá três grandes federações de estados.<br />

Estas surgirão naturalmente e sem derramamento de sangue; mas antes dar­se­á a<br />

batalha de Armageddon.<br />

W. T. Pergunta: Quanto tempo demorará isto?<br />

Mensageiro: Não sou um ser bastante elevado; a mim não são revelados<br />

os detalhes de todos esses maravilhosos acontecimentos. Até onde me é permitido<br />

ver, a paz será restabelecida durante 1919 e as federações mundiais surgirão<br />

dentro dos sete anos seguintes. Entretanto a luta atual deve terminar em 1918 e<br />

muitos anos passarão antes de se estabelecer a tranqüilidade e a paz de maneira<br />

permanente.”<br />

Na lista das profecias ocupa um lugar a de Mrs. Piper, famosa médium de<br />

transe de Boston, EUA, conquanto alguns a considerem um tanto vaga. Foi dada em<br />

1898, numa sessão com o Doutor Richard Hodgson, membro preeminente da<br />

Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres e de sua congênere americana.<br />

“Jamais, desde os dias de Melchizedek, foi o mundo terreno tão sensível à<br />

influência dos Espíritos. No próximo século ela será admiravelmente perceptível à<br />

mente humana. Farei uma declaração que com certeza ireis verificar. Ante a clara<br />

revelação do Espírito em comunicação, haverá uma terrível guerra em várias<br />

partes do mundo. Isto será precedido por comunicações claras. O mundo inteiro<br />

deve ser purificado e limpo, antes que o homem mortal possa ver, numa visão<br />

espiritual, seus amigos deste lado; e ele tomará exatamente linha de ação para<br />

chegar ao estado de perfeição. Amigo, tenha a bondade de pensar nisto.” 212<br />

Nos Proceedings da Sociedade de Pesquisa Psíquica Mr. J. G. Piddington 213<br />

fala, enfim, das predições de guerra, contidas em várias escritas automáticas,<br />

especialmente nas de Mrs. Alfred Lyttelton. Em resumo, diz ele:<br />

“Em termos gerais esses escritos predizem a guerra. Assim foi com<br />

muitos. Cerca de meia dúzia, escritos entre 9 e 21 de julho de 1914, prediziam que<br />

a guerra estava às portas.”<br />

Assim também uma anterior, foi recebida por Sir Cecil Spring­Ríce. As<br />

mensagens predizem que a guerra eventualmente conduzirá a um grande avanço nas<br />

relações internacionais e nas condições sociais. Por outro lado, dezenas de milhares<br />

de cidadãos comuns em todo o Império Britânico, pensaram e esperaram que a<br />

Grande Guerra fosse, como dizia a frase, “uma guerra para acabar com a guerra”.<br />

Mas esse último paralelo entre as predições nas mensagens e as crenças ou<br />

aspirações que se declaravam por toda a parte e tão intensamente quando rebentou a<br />

guerra, é apenas superficial. Porque, enquanto a onda de idealismo que varreu o<br />

Império continuou ou pelomenos se sincronizou, com o começo da guerra, durante<br />

muitos anos antes de 1914, as mensagens reiteradamente combinavam as predições<br />

de uma Utopia com predições de guerra, e as tinham combinado de tal maneira que<br />

uma coisa implicava o surgimento da outra. Não vejo paralelo nisto. Os escritores,<br />

soldados, diplomatas e políticos que nos previram a guerra, pregaram os seus<br />

perigos e os seus horríveis efeitos, mas não nos disseram que essa horrível tragédia<br />

212 Transcrito em Light, 1914, página 349.<br />

213 SOCIETY FOR PSYCHICAL RESEARCH, Volume XXXIII (March, 1923).

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