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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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83 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />

6<br />

Primeiras Manifestações na América<br />

Tendo tratado da Família Fox e dos problemas que essa história levanta,<br />

teremos que voltar à América e observar os primeiros efeitos desta invasão de<br />

seres de outra esfera.<br />

Esses efeitos não foram inteiramente excelentes. Houve loucuras de uns<br />

indivíduos e extravagâncias de agrupamentos humanos.<br />

Uma destas, baseada em comunicações recebidas através da mediunidade<br />

de Mrs. Benedict, foi o Círculo Apostólico. Começou com um pequeno grupo de<br />

homens muito crentes num segundo advento e que, através das comunicações<br />

espíritas, procuravam confirmar aquela crença.<br />

Obtiveram aquilo que proclamavam como comunicação dos Apóstolos e<br />

profetas da Bíblia.<br />

Em 1849 James L. Scott, ministro batista do Sétimo Dia em Brooklyn,<br />

reuniu o centro em Auburn, o qual se tornou conhecido como o Movimento<br />

Apostólico, cujo chefe espiritual era supostamente o Apóstolo Paulo. A Scott uniuse<br />

o Reverendo Thomas Lake Harris, e estabeleceram em Mountain Cove a<br />

comunidade religiosa que atraiu muitos adeptos até que, alguns anos depois, suas<br />

mistificações desiludiram e levaram à deserção os seus chefes autocráticos.<br />

Esse Thomas Lake Harris é, certamente, uma das mais curiosas<br />

personalidades de que temos notícia e é difícil dizer quem predominava em seu<br />

caráter: se Mr. Jekill ou o Doutor Hyde. Era feito de extremos, de modo que tudo<br />

quanto fazia era decididamente para o bem ou para o mal. Originàriamente fora um<br />

ministro universalista, de onde lhe vinha o prefixo “Reverendo”, que usou por muito<br />

tempo. Separou­se de seus companheiros, adotou os ensinos de Andrew Jackson<br />

Davis, tornou­se um espírita fanático e, finalmente, como vimos, tornou­se um dos<br />

dirigentes autocráticos das almas e das bolsas dos colonos de Mountain Cove.<br />

Chegou, porém, o momento em que aqueles colonos verificaram que eram bastante<br />

capazes de tratar de seus próprios negócios, quer espirituais, quer materiais. Assim<br />

Harris verificou que tinha perdido tempo. Então voltou para Nova Iorque e atirou­se<br />

violentamente no movimento espírita, pregando no Dodworth Hall, o quartel­general<br />

do culto, conquistando uma grande e merecida reputação por sua notável eloquência.<br />

Sua megalomania — possivelmente uma obsessão — arrebentou uma vez mais e fez<br />

extravagantes exigências que os espíritas sãos e equilibrados que se achavam em seu<br />

redor não podiam tolerar.<br />

Havia, entretanto, uma coisa que pretendia fazer bem — era a inspiração de<br />

uma entidade muito elevada e veraz, muito embora não se soubesse quando nem<br />

como atuava. Nessa fase de sua carreira, ele ou alguma entidade por seu intermédio,<br />

produziu uma série de poemas, como “Um lírico da Idade de Ouro”, “A Terra ao<br />

amanhecer”, e outros, que, ocasionalmente, tocam as estrelas. Ferido pela recusa dos

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