A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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214 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />
causounos a maior admiração. Meu amigo disse que jamais lhe acontecera algo no<br />
gênero. Então sugeri que talvez fosse uma rara oportunidade, com tamanha força<br />
em ação, para fazer uma tentativa de movimento sem contacto, quando a presença<br />
de apenas duas pessoas, a luz do dia, o lugar, o tamanho e o peso da mesa<br />
tornavam a experiência de suma importância. Em consequência ficamos de pé, ele<br />
de um lado da mesa, eu, do outro. Estávamos afastados dela cerca de sessenta<br />
centímetros e mantínhamos as mãos cerca de vinte centímetros acima dela. Em um<br />
minuto ela se abalou violentamente; depois moveuse sobre o tapête a uma<br />
distância de uns dezoito centímetros. Depois levantouse cerca de sete centímetros,<br />
do lado em que se achava o meu amigo; a seguir ergueuse igualmente do meu<br />
lado. Finalmente, meu amigo baixou a mão até dez centímetros acima da ponta da<br />
mesa, e pediu que ela se erguesse e tocasse em sua mão. Assim se fez. E então,<br />
conforme o pedido, ela se ergueu até a minha mão, que do outro lado se achava à<br />
mesma altura e da mesma maneira.”<br />
Em Douglas, na Ilha de Man, num domingo de agosto de 1872, foi feita<br />
notável exibição de força de um Espírito. Os fatos descritos por Stainton Moses são<br />
confirmados pelo Doutor Speer e sua senhora, em cuja residência ocorreram os<br />
fenômenos, que duraram desde o almoço até às dez da noite. Batidas acompanhavam<br />
o médium para onde quer que ele fosse, até mesmo na igreja e o Doutor Speer e a<br />
senhora as ouviam quando sentados em seus lugares. Ao regressar da igreja,<br />
Stainton Moses verificou em seu quarto que os objetos tinham sido tirados da<br />
penteadeira para a cama, onde tinham sido dispostos em forma de cruz. Foi avisar o<br />
Doutor Speer, para que testemunhasse o que tinha acontecido e ao voltar ao quarto<br />
verificou que o seu cabeção, que tinha tirado poucos instantes antes, havia sido<br />
colocado, na sua ausência, em redor do topo da cruz. Ele e o Doutor Speer trancaram<br />
a porta do quarto e desceram para o lanche, mas durante a refeição batidas fortes se<br />
produziram e a pesada mesa de jantar foi movida três ou quatro vezes. Num exame<br />
posterior no quarto acharam que dois outros objetos tirados das gavetas tinham sido<br />
adicionados à cruz, O quarto foi trancado novamente e em três visitas subsequentes<br />
novos objetos tinham ampliado a cruz. Disseramnos que, na primeira ocasião, em<br />
casa não estava ninguém que fosse capaz de fazer tais brincadeiras e que depois<br />
precauções adequadas haviam sido tomadas para evitar essas coisas.<br />
Assim Mrs. Speer descreveu a série de acontecimentos: “Enquanto<br />
estávamos na igreja foram ouvidas pancadas por todos os membros do grupo, em<br />
diversas partes do banco onde estávamos sentados, De volta Mr. S. M. encontrou<br />
em sua cama três coisas tiradas de sua penteadeira e colocadas sobre a sua cama<br />
em forma de cruz. Chamou o Doutor S. ao seu quarto, para que visse o que havia<br />
acontecido em sua ausencia. O Doutor S. ouviu batidas fortes no pé da cama. Então<br />
trancou a porta, meteu a chave no bolso e deixou o quarto vazio por algum tempo.<br />
Fomos jantar e, durante a refeição, a grande mesa de jantar, cheia de cristais,<br />
porcelanas, etc., moveuse várias vezes, trepidou e deu batidas. Parecia cheia de<br />
vida e movimento. Batidas acompanharam o hino que nossa filhinha estava<br />
cantando, e batidas inteligentes acompanhavam a nossa conversa. Várias visitas<br />
foram feitas ao quarto fechado e de cada vez verificávamos que algo tinha sido<br />
adicionado à cruz. O Doutor S. tomou a chave, abriu a porta e saiu por último.<br />
Finalmente tudo cessou. A cruz foi colocada abaixo do centro da cama; todos os<br />
objetos de uso tinham sido tirados da valise do nosso amigo. Cada vez que iam os