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A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle

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330 – Arthur <strong>Conan</strong> <strong>Doyle</strong><br />

especiais do indivíduo. O artista sem arte e o músico sem música seriam figuras<br />

trágicas e o que se aplica a tipos extremos deve estender­se a toda a humanidade.<br />

Há, de fato, uma sociedade muito complexa, na qual cada um encontra o trabalho a<br />

que mais se adapta e que lhe causa maior satisfação. Por vezes há uma escolha.<br />

Assim, em “O Caso de Lester Coltman”, escreve o estudante morto: “Algum tempo<br />

depois que eu tinha passado, tinha dúvidas sobre qual seria o meu trabalho: se<br />

música ou se ciência. Depois de muito pensar determinei que a música deveria ser<br />

um passatempo e minha maior atividade deveria dirigir­se para a ciência em todos<br />

os aspectos”.<br />

Depois de uma tal declaração naturalmente a gente deseja detalhes de como<br />

um trabalho científico era feito e em que condições. Lester Coltman é claro em<br />

todos os pontos: “O laboratório sob a minha direção é inicialmente ligado ao<br />

estudo dos vapores e fluídos que formam a barreira que, penso, por meio de<br />

profundo estudo e experiência, somos capazes de atravessar. O resultado dessa<br />

pesquisa, pensamos nós, provará o ‘Abre­te Sésamo’ da porta de comunicação<br />

entre a Terra e essas esferas.” 236<br />

Lester Coltman dá outra descrição de seu trabalho e do ambiente, que bem<br />

pode ser citada como um modelo de muitas outras. Diz ele 237 : “O interesse<br />

mostrado por seres terrenos em relação ao caráter de nossas casas e dos<br />

estabelecimentos onde se realiza o nosso trabalho é, aliás, natural, mas a descrição<br />

não é muito fácil de ser feita em termos terrenos. Meu estudo servirá como um<br />

exemplo, do qual deduzirei o modo de vida de outros, conforme o temperamento e o<br />

tipo de mente. Meu trabalho continuou aqui como tinha começado na Terra, por<br />

canais científicos e a fim de prosseguir meus estudos, visitei com frequência um<br />

laboratório que possuía extraordinárias e completas facilidades para a realização<br />

de experiências. Tenho a minha casa, extremamente agradável, completada por<br />

uma biblioteca com livros de referência — histórica, científica e médica — e, de<br />

fato, com todos os tipos de literatura. Para nós tais livros são tão substanciais,<br />

quanto os usados na Terra. Tenho uma sala de música, contendo todos os modos de<br />

expressão dos sons. Tenho pinturas de rara beleza e móveis de desenho esquisito.<br />

Atualmente vivo só, mas frequentemente os amigos me visitam, assim como os visito,<br />

e se um pouco de tristeza por vezes se apodera de mim, visito aos que mais amei na<br />

Terra. Da minha janela se avista um campo ondulante de grande beleza e a pouca<br />

distância da casa existe uma comunidade, onde boas almas que trabalham em meu<br />

laboratório vivem em feliz concórdia... Um velho chinês, meu assistente­chefe, de<br />

grande valor nas pesquisas químicas, é o diretor, como o era, da comunidade. É<br />

uma alma admirável, de grande simpatia e dotado de enorme filosofia.”<br />

Eis outra descrição que trata do mesmo assunto 238 :<br />

“É muito difícil dizer­vos a cerca do trabalho no mundo espiritual. A<br />

cada um é designada a sua tarefa, conforme o progresso que haja realizado. Se<br />

uma alma tiver vindo diretamente da terra, ou de algum mundo material, então<br />

deve aprender tudo quanto haja desprezado na passada existência, a fim de<br />

desenvolver o seu caráter para a perfeição. Como tiver feito sofrer na terra, assim<br />

236 “Case of Lester Coltman”, by Lilian Walbrook, página 34.<br />

237 Ibid. páginas 32­33.<br />

238 “Thought Lectures from The Spiritualist Reader”, página 53.

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