A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO Conan Doyle
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59 – <strong>HISTÓRIA</strong> <strong>DO</strong> <strong>ESPIRITISMO</strong><br />
“Quem poderá dizer onde vai terminar? Mr. Mompesson, na cama com a<br />
sua filha, mais ou menos da idade de Kate, a quem, parece, o som acompanhava de<br />
preferência, observou que, tamborilando, ele respondia a qualquer coisa que fosse<br />
batida ou perguntada. Mas sua curiosidade não o levou mais longe. Não assim Kate<br />
Foz. Silenciosamente, uniu o polegar ao indicador, tentando obter uma resposta.<br />
Sim! Ele via, tanto quanto ouvia! Chamou a mãe: ‘Olhe só, mamãe!’ disse ela,<br />
unindo o polegar e o indicador, como antes. E tantas vezes repetiu o movimento<br />
silencioso, quantas o ruído respondeu.<br />
“No verão de 1848 Mr. David Fox, auxiliado por Mr. Henry Bush, Mr.<br />
Lyman Granger, de Rochester, e outros, retomou a escavação da adega. A uma<br />
profundidade de cinco pés encontraram uma tábua; cavando mais, acharam carvão e<br />
cal e, finalmente, cabelos e ossos humanos, que foram declarados por um médico<br />
que testemunhava como pertencentes a esqueleto humano. Só cinquenta e seis anos<br />
mais tarde foi feita uma descoberta que provou, acima de qualquer dúvida, que<br />
alguém realmente havia sido enterrado na adega da casa dos Fox.”<br />
Esta constatação aparece no Boston Journal — uma folha não espírita — de<br />
23 de novembro de 1904, e está assim redigida:<br />
“Rochester, Nova Iorque, 22 de novembro de 1904: O esqueleto do<br />
homem que se supõe ter produzido as batidas, ouvidas inicialmente pelas irmãs Fox,<br />
em 1848, foi encontrado nas paredes da casa ocupada pelas irmãs e as exime de<br />
qualquer sombra de dúvida concernente à sua sinceridade na descoberta da<br />
comunicação dos Espíritos.<br />
“As irmãs Fox haviam declarado que tinham aprendido a comunicarse<br />
com o Espírito de um homem, e que este lhes havia dito que tinha sido assassinado e<br />
enterrado na adega. Repetidas escavações deixaram de localizar o corpo e, assim,<br />
oferecer prova positiva do que diziam.<br />
“A descoberta foi feita por meninos de escola, que brincavam na adega da<br />
casa de Hydesville, conhecida como ‘A casa assombrada’, onde as irmãs Fox<br />
tinham ouvido as batidas. William 2º. Hyde, respeitável cidadão de Clyde, e dono<br />
daquela casa, fez investigações e encontrou um esqueleto humano quase completo<br />
entre a terra e os escombros das paredes da adega, sem dúvida pertencente àquele<br />
mascate que, segundo se dizia, tinha sido assassinado no quarto de leste da casa e<br />
cujo corpo tinha sido enterrado na adega. Mr. Hyde avisou aos parentes das irmãs<br />
Foz e a noticia da descoberta será mandada à Ordem Nacional dos Espíritas, muitos<br />
dos quais se lembram de ter feito peregrinações à ‘Casa Encantada’, como é<br />
chamada geralmente. O achado dos ossos pràticamente corrobora a declaração feita<br />
sob juramento por Margaret Foz, a 11 de abril de 1848”.<br />
Foi descoberta uma lata de mascate, bem como o foram os ossos. Essa lata<br />
é agora conservada em Lilydale, a sede central regional dos Espíritas Americanos,<br />
para onde foi transportada a velha casa de Hydesville.<br />
Essas descobertas resolvem a questão de uma vez por todas e provam<br />
conclusivamente que houve um crime cometido na casa, e que esse crime foi<br />
indicado por meios psíquicos.<br />
Quando se examinam os resultados das duas escavações, as circunstâncias<br />
podem ser restabelecidas. É claro que no primeiro caso o corpo foi enterrado com<br />
cal virgem no meio da adega. Depois o criminoso se alarmou pelo fato de ser o local<br />
muito exposto às suspeitas e desenterrou o corpo, ou parte do mesmo, e o enterrou<br />
sob a parede, onde ficaria mais fora da passagem. O serviço foi feito tão