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168 Luís Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz<br />

o ponto de vista científico, e aumentaram-se as coleções mais uma vez com<br />

espécies novas. Por mais que se tenha falado sobre o número e variedade dos<br />

peixes do Amazonas, ainda assim achamos a sua fauna mais rica do que<br />

dizem. Para aqueles de meus leitores que desejam acompanhar os trabalhos<br />

científicos da expedição tanto quanto o enredo de nossas aventuras pessoais,<br />

transcrevo aqui uma carta sobre o assunto, escrita por Agassiz <strong>ao</strong> Sr. Pimenta<br />

Bueno, o generoso amigo a quem ele deve em grande parte as facilidades<br />

que tem desfrutado nesta viagem.<br />

“22 de agosto, de manhã; entre Tajapuru e Gurupá.<br />

“Prezado amigo – O dia de ontem foi para mim dos mais<br />

instrutivos, sobretudo no que diz respeito <strong>ao</strong>s ‘peixes-do-mato’. Obtivemos<br />

<strong>ao</strong> todo quinze espécies, sendo dez novas, quatro também encontradas<br />

no Pará e uma já por mim descrita na viagem de Spix e Martius; o que há,<br />

porém, de mais interessante é a prova, que tais espécies fornecem, consideradas<br />

englobadamente, de que o conjunto dos peixes que habitam as águas<br />

desse grupo de ilhas que se chama Marajó difere dos das águas do rio Pará.<br />

A lista dos nomes que pedimos <strong>ao</strong>s índios prova também que o número de<br />

espécies que se encontram nestas localidades é muito mais considerável que<br />

o das espécies que pudemos obter; deixamos, por conseguinte, alguns bocais<br />

em Breves e Tajapuru para completar a coleção. Eis algumas observações<br />

que lhe farão avaliar melhor essas diferenças se o Sr. as quiser confrontar<br />

com o catálogo das espécies do Pará que deixei em suas mãos. Parece<br />

evidente, em suma, desde já, que a nossa viagem trará uma revolução na<br />

Ictiologia. Para começar, o Jacundá de Tajapuru é diferente das espécies do<br />

Pará; da mesma forma o Acará; temos depois uma espécie nova de Sarapó e<br />

outra, também, nova, de Jeju; uma nova espécie de Rabeca, outra de Anujá,<br />

um novo gênero de Candiru, outro de Bagre, outro de Acari e uma espécie<br />

nova de Acari do mesmo gênero da do Pará; e mais uma nova espécie de<br />

Matupirim. Acrescente-se a isso uma espécie de Aracu já descrita mas não<br />

encontrada no Pará e teremos contado em Tajapuru onze espécies que não<br />

existem nessa localidade, às quais cumpre ainda acrescentar quatro espécies<br />

que se encontram tanto em Tajapuru como na cidade do Pará, e uma que se<br />

encontra aí em Breves e Tajapuru. Ao todo vinte espécies, das quais quinze<br />

novas em dois dias. Infelizmente os índios compreenderam mal as nossas<br />

instruções e só nos trouxeram um único exemplar de cada espécie. Resta<br />

muito a fazer, portanto, nessas localidades, mormente se o avaliarmos pelo<br />

catálogo dos nomes recolhidos pelo Major Coutinho, que contém vinte e

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