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Viagem ao Brasil - Logo Metasys

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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Brasil</strong> 411<br />

mento são muito menos acentuados nas zonas do <strong>Brasil</strong> onde existem<br />

estradas de ferro e navios a vapor, sem que, todavia, se possa dizer que<br />

presteza e celeridade sejam qualidades muito comuns em qualquer das<br />

províncias do Império. Não que não houvesse interesse pelos nossos projetos:<br />

<strong>ao</strong> contraário, encontramos aqui, como em toda parte, a mais cordial<br />

simpatia por nós e pelo objetivo de nossa expedição. Grande número<br />

de pessoas e o próprio presidente 180 se apressaram em nos prestar toda a<br />

assistência que dependia deles. Mas um estrangeiro não pode desejar que<br />

os hábitos de um país se modifiquem de repente para lhe serem agradáveis;<br />

e o melhor que tínhamos a fazer era nos conformar com a lentidão<br />

de movimentos, que é geral.<br />

Em caminho. Enfim, pusemo-nos a caminho, compondo-se<br />

a nossa expedição do Major Coutinho, do Sr. Pompeu, engenheiro da província,<br />

que o presidente teve a bondade de designar para nos acompanhar, e<br />

de nós mesmos. Levávamos também uma ordenança destacada da própria<br />

escolta do presidente, dois homens para cuidarem de um par de mulas carregadas<br />

de víveres e bagagens. Partimos tão tarde que a nossa primeira etapa<br />

terminou a cerca de seis ou oito quilômetros da cidade. Mas durou o bastante<br />

para que apanhássemos um aguaceiro, coisa infalível nesta época.<br />

Mesmo assim, a viagem foi agradável. Um perfume de murta emanava das<br />

pequenas moitas que, vários quilômetros em roda, cobriam o solo, e a terra<br />

deixava desprender-se o bom cheiro de depois das grandes chuvas. Quando<br />

saímos da cidade nuvens baixas, carregadas de aguaceiros distantes, flutuavam<br />

acima das montanhas e emprestavam <strong>ao</strong>s seus cimos uma beleza sombria,<br />

mais impressionante que o belo resplendor que lhes dá o sol.<br />

Noite em Arancho. Às seis horas chegávamos a Arancho, povoação<br />

em que deveríamos passar a noite. Como estava muito escuro, pareceu-me<br />

que ela se compunha apenas de algumas poucas casas de taipa; mas,<br />

no dia seguinte, de manhã, vi que possuía uns dois edifícios de aparência<br />

mais respeitáveis. Atravessamo-la de ponta a ponta, seguindo a rua principal<br />

e paramos em frente à venda.<br />

Na porta, cortada em duas, sendo que só a inferior é que<br />

dava passagem, estava o dono da casa, muito longe de esperar por viajan-<br />

180 Barão Homem de Melo. (Nota do tr.)

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