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42 Luís Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz<br />

po as relações dos animais atuais entre si, e as que guardam com os tipos<br />

desaparecidos. Um resultado considerável dessa ciência especial foi a descoberta<br />

de que os animais da nossa época, nas primeiras fases de seu desenvolvimento,<br />

se assemelham <strong>ao</strong>s antigos representantes do mesmo tipo que viveram<br />

nas idades geológicas anteriores. Os primeiros reptis surgiram no período<br />

carbonífero e diferiam muito dos que se encontram em nossos dias. Não<br />

eram então muito numerosos; mas mais tarde houve uma época que se pôde<br />

denominar justamente de idade dos reptis. Então abundavam esses sáurios<br />

gigantescos, os plesiossáurios e os ictiossáurios. Creio, e baseio essa convicção<br />

nos meus precedentes estudos embriológicos, que as transformações do aligátor<br />

no ovo daria a chave das relações de estrutura nos reptis, desde a sua criação<br />

até hoje, ou, em outros termos nos desvendaria tanto a série no tempo como<br />

a série no indivíduo. Como vêem, o tipo mais instrutivo que podemos colecionar<br />

nessa classe, do ponto de vista das relações de estrutura e da história<br />

passada desses animais, é bem o aligátor. Não percamos, pois, nenhuma ocasião<br />

de conseguir ovos dessa espécie.<br />

“Há no <strong>Brasil</strong> outros animais inferiores, é verdade, no seio de<br />

sua própria classe, mas que são muito importantes de estudar no estado<br />

embrionário. São as preguiças e os tatus. Em nossos dias apresentam eles<br />

dimensões medíocres, porém o tipo foi outrora representado, com gigantescas<br />

proporções, por esses mamíferos prodigiosos que se chamam o<br />

megatério, o milodonte, o megalônix. As transformações do embrião das<br />

preguiças e tatus explicariam, acredito, as relações de estrutura desses desdentados<br />

enormes quer entre si, quer com os atuais. Na América do Sul<br />

abundam os ossos fósseis de seres dessa natureza que, na metade setentrional<br />

do hemisfério, penetravam até a Geórgia e o Kentucky, onde foram<br />

encontrados os seus restos. Os representantes modernos da família não<br />

são menos numerosos. Envidaremos esforços para obter exemplares de<br />

todas as idades, a fim de estudá-los desde o ovo. O que é, porém, essencial<br />

é não nos deixarmos desviar de nossa tarefa principal pela diversidade dos<br />

assuntos. Quantos jovens naturalistas não conheci eu a quem escaparam os<br />

mais belos sucessos porque quiseram abarcar um terreno demasiadamente<br />

vasto, e tiveram a preocupação de fazer coleções de preferência a pesquisas.<br />

Quando se entrega alguém à mania de acumular um grande número e uma<br />

grande variedade de espécies, não consegue mais voltar às considerações gerais<br />

e <strong>ao</strong>s conjuntos. Tenhamos sempre presentes determinadas questões

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