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246 Luís Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz<br />

Visita a uma cachoeira. As “termas” da floresta. 26 de outubro<br />

– Ontem, às seis horas da manhã, primeiro passeio. Fomos ver um lindo<br />

recanto da floresta, cujos atrativos são muito gabados pelos habitantes de<br />

Manaus. Vão aí tomar banho, comer <strong>ao</strong> ar livre e desfrutar dos prazeres campestres.<br />

Chama-se a “cascatinha”, para distinguir este lugar dum outro mais<br />

pitoresco ainda, segundo dizem, situado a meia légua do outro lado da cidade,<br />

e onde existe uma queda d’água mais considerável. Em trinta minutos, os<br />

remadores nos conduziram, através dos caprichosos meandros do rio, a uma<br />

espécie de barragem natural feita pelos rochedos; as águas se precipitam com<br />

grande ruído sobre as partes baixas do rio, formando corredeiras. Desembarcamos<br />

aí e, metendo-nos pelas árvores adentro numa trilha estreita que margeia<br />

o igarapé, atingimos as “banheiras”, como aqui são chamadas. Nunca uma<br />

floresta proporcionou a Diana e suas ninfas banhos mais atraentes e bem<br />

sombreados. Grandes árvores os cercam de todos os lados; longas cortinas de<br />

vegetação os separam uns dos outros, formando numerosas bacias isoladas e<br />

discretas onde a água, de uma frescura deliciosa, saltando de piscina em piscina,<br />

vai caindo de uma para outra em pequeninas cachoeiras. Enquanto a cheia<br />

do rio, na época das chuvas, não vem inundar e cobrir, por seis meses, essas<br />

termas da floresta, os habitantes de Manaus fazem o maior uso delas; nós<br />

mesmos não resistimos <strong>ao</strong> prazer de mergulhar nessa água que atrai de fato.<br />

Entrementes, os canoeiros haviam acendido o fogo e encontramos, <strong>ao</strong> sair<br />

d’água, a cafeteira chiando sobre as brasas; enchemos nossas xícaras e, redobrando<br />

assim as forças, retomamos o caminho da cidade; chegamos aí justamente<br />

no momento em que o calor se ia tornando fatigante.<br />

Excursão à lagoa Januari. 28 de outubro – Antes das seis horas<br />

da manhã de ontem, partimos para uma excursão à lagoa Januari, na margem<br />

ocidental do rio Negro. A manhã estava de uma temperatura incomumente<br />

fresca para estas latitudes; uma forte brisa levantava grandes vagas no rio, e, se<br />

não experimentamos enjôo, pelo menos más e desagradáveis recordações foram<br />

evocadas. Estávamos numa grande embarcação de oito remos, a chalupa<br />

ordinária dos oficiais da Alfândega, em companhia de S. Exc. o Sr. Dr.<br />

Epaminondas, presidente da província, 130 do seu secretário, Sr. Codicera, e<br />

dos Srs. Tavares Bastos, Coutinho, Burkhardt, James e Dexter.<br />

130 Antônio Epaminondas de Melo. (Nota do tr.)

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