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364 Luís Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz<br />

caber dentro deles, e cuja profundidade não mede menos de dez a doze pés.<br />

Essa notável disposição capaz de proteger o tronco lateralmente com umas<br />

espécies de contrafortes, não é peculiar a uma só espécie; é freqüente em<br />

várias famílias e parece ser positivamente um dos traços característicos das<br />

árvores da região. Às vezes mesmo esses arcos de sustentação se destacam<br />

parcialmente da árvore e a ela só se soldam no ponto de saída, de forma tal<br />

que se diriam suportes distintos escorando o peso da árvore. Copio a seguir<br />

algumas notas de Agassiz relativas à vegetação do Amazonas, onde a<br />

sumaumeira vem tratada.<br />

Nota sobre a vegetação do Amazonas. “Quando um homem<br />

do Norte chega <strong>ao</strong>s tópicos, por menor que seja o seu hábito de observar a<br />

vegetação que o rodeia, e mesmo sem ter feito estudos especiais de botânica,<br />

está sempre em condições de reparar as diferenças e semelhanças que<br />

existem entre as plantas da zona temperada e as da zona tropical. Basta-lhe<br />

conhecer, por exemplo, a alfarrobeira (robinia), o grande lótus arborescente,<br />

ou qualquer outra leguminosa lenhosa, para poder distinguir os numerosos<br />

representantes dessa família que forma parte tão considerável da vegetação<br />

equatorial. Mesmo que ele não tivesse visto nunca uma mimosa nos jardins<br />

ou nas estufas, as folhas delicadas e sensíveis das árvores desse grupo vegetal<br />

far-lhe-iam reconhecê-las; não deixaria de ficar admirado do número infinito<br />

de combinações e de formas a que se prestam as suas folhas penadas que,<br />

conforme a espécie, tomam as mais diversas disposições e se revestem de<br />

todas as cambiantes do verde; não admiraria menos a variedade de suas<br />

vagens e de seus grãos. Há, porém, outros grupos vegetais com que estamos<br />

igualmente familiarizados e cujos representantes tropicais não farão sobre<br />

nós o efeito de velhos conhecidos. E’ o caso da árvore do caucho que pertence<br />

à mesma família que as eufórbias ou plantas de látex, que se encontram<br />

por toda a parte entre nós, no meio das plantas mais humildes, na<br />

beira das estradas, na ourela dos bosques e na areia das praias; as euforbiáceas,<br />

tão pequenas e franzinas em nosso clima, formam uma importante parte da<br />

flora estranha e luxuriante das grandes florestas amazônicas. O gigante dessas<br />

matas, aquele cuja majestade domina todas as outras árvores e cujo tronco<br />

esbranquiçado se destaca em relevo, de forma tão notável, na massa sombria<br />

da vegetação circundante, a sumaumeira, é parente das nossas malvas.<br />

Algumas das árvores mais características da região fazem assim parte das<br />

malváceas e euforbiáceas. Os paleontologistas, que tentam restaurar as flo-

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