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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Brasil</strong> 27<br />

onde todos os espécimes obtidos durante a travessia poderão ser conservados<br />

e estudados. Agassiz está encantado; graças às gentilezas e cuidados de<br />

que o rodeiam, ele aproveita, tanto quanto possível, todas as horas da<br />

viagem.<br />

2 a palestra. 6 de abril – Segundo um hábito já antigo, tomei<br />

notas sobre a palestra de ontem à noite, mas não ouso reproduzi-la no<br />

meu diário. O assunto tratado foi o Gulf-Stream, desta vez a corrente<br />

mesma e não mais os animais que ela transporta consigo. Se bem que<br />

muito interessante para Agassiz, pois que é sempre uma satisfação se<br />

poder formar uma convicção sobre a verdade de fatos já conhecidos, as<br />

suas últimas operações nada lhe ensinaram de novo. Todavia, a história<br />

dos fatos que se relacionam com a descoberta do Gulf-Stream e o desenvolvimento<br />

progressivo desses fatos têm um inegável interesse; para<br />

os norte-americanos, sobretudo, pois que resultam das pesquisas empreendidas<br />

por ordem do nosso governo. Agassiz descreveu-os em largos<br />

traços. “Os fenômenos peculiares <strong>ao</strong> Gulf-Stream já haviam sido<br />

entrevistos, há longo tempo, pelos navegantes, mas foi Franklin quem,<br />

primeiro, fez deles objeto de observações sistemáticas. Tomando nota<br />

da temperatura das águas, quando deixou o continente americano para<br />

se dirigir à Europa, ele observou que elas permaneciam frias até uma<br />

determinada distância, depois se tornavam, de repente, cada vez mais<br />

quentes, para cair em seguida de novo numa temperatura cada vez mais<br />

baixa, porém superior à que tinham no começo. Com essa força de<br />

intuição e segurança de raciocínio que caraterizavam todos os seus resultados<br />

científicos, ele foi <strong>ao</strong> encontro dos fatos. Concluiu que a corrente<br />

de águas quentes que abre caminho tão marcado através do vasto Atlântico<br />

e carrega material dos trópicos para as costas setentrionais da Europa<br />

deveria ter origem nas regiões tropicais sob um sol tropical. 8 Era uma<br />

8 “Essa corrente”, escreve Franklin, “é provavelmente o resultado da grande acumulação de águas<br />

entre os Trópicos, na costa oriental da América, e da ação constante dos ventos alísios”. Essa<br />

opinião já havia sido vagamente indicada pelos antigos navegantes espanhóis; mas Franklin foi o<br />

primeiro que a emitiu precisamente, e, como ficou estabelecido num recente relatório do Coast-<br />

Survey, “ela é confirmada por todas as descobertas com que o progresso das pesquisas científicas<br />

vem em auxílio da solução do grande problema da circulação oceânica”.

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