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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Brasil</strong> 373<br />

mo. É, suponho eu, impossível que massas de gelos flutuantes tenham viajado<br />

assim sempre em linha reta, sem nunca se desviarem para a esquerda ou<br />

para a direita numa distância como essa. Não seria menos impossível a uma<br />

massa de gelo isolada, levada à superfície do mar, ou mesmo mergulhada<br />

por sua base consideravelmente abaixo do seu nível, riscar em linha reta o<br />

cume e os flancos das colinas assim como o fundo dos vales intermediários.<br />

Teria sido arrastada por sobre as desigualdades do solo sem tocar no fundo<br />

das depressões muito baixas. Ao invés de subir as colinas ela teria encalhado<br />

de encontro à primeira elevação que se erguesse muito acima de sua base; e<br />

se ficasse presa entre dois escolhos paralelos, teria flutuado de cima para<br />

baixo e de baixo para cima entre eles. Aliás a ação do gelo sólido em grande<br />

massa não dividida, movendo-se sobre terreno com que está em imediato<br />

contraste, difere tanto da ação dessas jangadas de gelo flutuante ou icebergs –<br />

, pois não se pode duvidar que estes hajam carregado blocos erráticos,<br />

sulcado ranhuras e deixado estrias nas superfícies em que acidentalmente<br />

tocaram no solo –, quanto <strong>ao</strong>s fenômenos provenientes de sua ação se distinguem<br />

sempre facilmente dos traços, muito mais concordantes e contínuos,<br />

deixados pelos geleiros ou vastos campos de gelo que se apóiam diretamente<br />

na superfície de terreno e sobre ele caminham.<br />

“Parece que uma inextrincável confusão tem reinado até então<br />

nas idéias dos geólogos, relativamente à ação das correntes de icebergs e geleiros.<br />

Já é tempo deles distinguirem duas espécies de fatos tão diversos e tão fáceis<br />

de reconhecer quando se consegue de uma vez por sempre apreender as<br />

diferenças. Quanto <strong>ao</strong> movimento em direção sul de um imenso campo de<br />

gelo cobrindo todo o norte, é um fato inevitável desde que se admita que a<br />

neve se pôde acumular no pólo em quantidade suficiente para produzir<br />

uma pressão que se distribui em todas as direções. À força de degelar e gelar<br />

alternativamente, a neve, como a água, deve acabar por encontrar o seu<br />

nível. Uma camada de neve de 3.000 a 4.500 metros (10 a 15.000 pés) de<br />

espessura, estendendo-se sobre a parte setentrional e sobre toda a parte meridional<br />

do globo, chegou necessariamente, à formação final de calotas de<br />

gelo, uma <strong>ao</strong> norte, outra <strong>ao</strong> sul, movendo-se em direção <strong>ao</strong> Equador.<br />

“Já me referi à Tijuca e à Estrada de Ferro D. Pedro II como<br />

pontos favoráveis <strong>ao</strong> estudo do drift particular do sul; mas esse drift é encontrado<br />

em toda parte. Uma camada desse depósito, formada da mesma<br />

pasta homogênea não estratificada e encerrando materiais de transporte de

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