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<strong>Viagem</strong> <strong>ao</strong> <strong>Brasil</strong> 491<br />

preparando exemplares dessa localidade; finalmente se reuniu <strong>ao</strong> nosso grupo<br />

no Rio de Janeiro quando, de volta à Capital, aprontava-me para partir<br />

para os Estados Unidos. A parte de nossas coleções que lhe devemos é das<br />

mais preciosas, tanto pelas localidades de que provêm como do esmero<br />

com que foram preparados os exemplares que a constituem.<br />

O Sr. Ward deixou os seus companheiros em Barbacena, dirigindo-se<br />

para o Tocantins por Ouro Preto e Diamantina. Para não interromper<br />

a narrativa do que se deu com a pequena turma que deixou o Rio<br />

conjuntamente, passo a resumir rapidamente a história da viagem do Sr. Ward,<br />

antes de indicar a rota seguida pelos Srs. Allen e Saint-John. Saindo do vale do<br />

Paraíba e depois de transpor a serra da Mantiqueira a turma se achou na bacia<br />

do rio Grande, um dos altos tributários do Paraná, rio que se lança no Prata e<br />

atinge o oceano pouco abaixo de Buenos Aires. A leste dessa bacia, na vertente<br />

oriental da grande barreira que fecha o vale do São Francisco, vários grandes<br />

rios têm a sua nascente: o Doce, o Mucuri, o Jequitinhonha (ou Belmonte),<br />

etc. Tinha grande desejo de poder comparar as faunas desses rios, quer entre si<br />

quer com as dos outros grandes cursos d’água que se dirigem para norte e para<br />

leste. Como se verá pouco adiante, o Sr. Hartt, assistido do Sr. Copeland, se<br />

encarregou de explorar o curso inferior desses rios, mas não era menos importante<br />

obter as espécies dos afluentes superiores. Enquanto o Sr. Saint-John e o<br />

seu companheiro prosseguiam, portanto, em sua rota através da região banhada<br />

pelas ramificações iniciais do São Francisco, o Sr. Ward transpôs as montanhas<br />

e passou sucessivamente de uma para outra bacia, de modo a poder<br />

explorar o maior número possível dos altos afluentes do Doce e do<br />

Jequitinhonha; a ele é que devo o material necessário à comparação das faunas<br />

dos rios dessas bacias.<br />

A viagem foi bastante penosa. Ninguém acompanhava o explorador;<br />

separado de seus amigos em Barbacena, penetrou ele por Ouro<br />

Preto e Santa Bárbara na bacia do rio Doce, que seguiu até a confluência do<br />

rio Antônio, aproximadamente. Pôde assim colecionar não somente nas<br />

nascentes do rio Doce, como também nas águas de um de seus principais<br />

tributários. Transpondo em seguida a serra das Esmeraldas, o Sr. Ward penetrou<br />

na bacia do Jequitinhonha, e, passando por Diamantina, explorou<br />

vários afluentes desse rio. As coleções que fez então oferecem um particular<br />

interesse, pois se podem cotejar com as que foram feitas pelos Srs. Hartt e<br />

Copeland no curso inferior dos mesmos rios, e em vários rios que se lançam

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