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474 Luís Agassiz e Elizabeth Cary Agassiz<br />

adquire ela própria um acréscimo de calor <strong>ao</strong> passar pelas camadas profundas<br />

do golfo. Esta a razão da grande diferença de temperatura existente entre<br />

as águas do Gulf-Stream e as do oceano situadas a leste. Pelo contrário, a<br />

temperatura muito mais baixa das águas situadas além do seu limite ocidental,<br />

entre ele e o continente, se explica pela existência da grande corrente<br />

ártica que, partindo da baía de Baffin, se lança na costa da América do<br />

Norte e acompanha-a até à Flórida para ir se perder debaixo do Gulf-Stream<br />

nas alturas dessa península. O objetivo das pesquisas do Dr. Bache foi reconhecer<br />

as relações mútuas dessas duas correntes de água quente e água fria,<br />

que caminham lado a lado em sentidos opostos, e descobrir as condições<br />

que regulam a sua marcha e as mantêm em limites definidos.<br />

O seu estudo longe ainda está de ser completo, embora se faça<br />

há vários anos. Mas já se sabe <strong>ao</strong> certo que o oceano adquire mais ou menos<br />

rapidamente uma maior profundidade à medida que se afasta do litoral, e<br />

que o seu leito forma uma depressão por onde corre o Gulf-Stream. Essa<br />

depressão se acha limitada por uma série de colinas de direção paralela à da<br />

corrente; para além se encontra uma depressão ou novo vale. Assim o fundo<br />

do mar apresenta uma sucessão de depressões e de colinas paralelas que<br />

correm, como o próprio litoral, na direção do nordeste; no mais fundo<br />

desses vales submarinos se acha a parte principal do Gulf-Stream. As diferenças<br />

de temperatura existem não só na superfície mas em diferentes profundidades;<br />

foram determinadas por uma série de observações termométricas<br />

executadas <strong>ao</strong> longo de várias linhas perpendiculares à corrente, do litoral <strong>ao</strong><br />

seu limite oriental, em intervalos de cerca de 100 milhas (160km). Observou-se<br />

primeiro a superfície, depois as profundidades cada vez maiores,<br />

variando de 10 a 20, 30, 100, 200 e mesmo 300 e 400 braças (18, 36, 44,<br />

182, 365, 448 e 731 metros). Este exame fez ver que o Gulf-Stream tem<br />

uma temperatura superior à das águas que o ladeiam a leste e oeste, e que ele<br />

é, no seu interior, ora mais frio, ora mais quente, tal qual como se fosse<br />

constituído por uma sucessão de camadas distintas, tendo cada qual a sua<br />

temperatura própria. Essas alternâncias se continuam em todas as profundidades<br />

observadas e se manifestam até onde se pode alcançar o fundo do<br />

mar. O que há de mais surpreendente nesses resultados é a variação brusca<br />

que se opera <strong>ao</strong> longo das linhas de contato; a separação é tão nítida que o<br />

limite da corrente ártica se designa de ora em diante por essa expressão<br />

técnica: a “parede fria” (Cold Wall) do Gulf-Stream. Necessariamente, como

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