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Revista de Letras - Utad

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98 Marina Alexandra Carvalho da RochaOra, o que António Lobo Antunes faz é precisamente explorar em portuguêsuma estrutura elíptica frequente na sintaxe do Espanhol, ou seja, omite o verbo,núcleo do constituinte SV, em dois tipos <strong>de</strong> contextos sintácticos:i. em frases simples, como acontece nos exemplos (10), (11) e (16),transcritos mais abaixo, em que os restantes constituintes da frase não sãorelevantes para o caso ;ii. em estruturas <strong>de</strong> subordinação como as que vemos (maioritariamente) nosexemplos restantes.4. A Elipse Lacunar no corpus antunianoVejamos o corpus antuniano, que apresento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, acrescido dareconstituição dos predicadores omissos (e que reproduzo agora a negrito entreparênteses rectos). Este corpus será dividido em duas partes porque <strong>de</strong> doisromances estamos a tratar: a primeira relativa aos exemplos <strong>de</strong> O Arquipélagoda Insónia e a segunda relativa a Sôbolos Rios Que Vão.O Arquipélago da Insónia(1) na terceira (cesta) meio escondida num grupo <strong>de</strong> Carnaval porque [havia] narizespostiços. (171)(2) convencido <strong>de</strong> uma eternida<strong>de</strong> que não alcançaria nunca visto que hoje [há / existem]andaimes ao acaso e tijolos quebrados. (205)(3) e <strong>de</strong>pois das casas agucei o polegar visto que o meu polegar [era] <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, não osso(209)(4) na extrema da herda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> o milho fica mais fraco porque [havia] tocas <strong>de</strong> raposa esilvas (230)(5) coisas <strong>de</strong> que esta casa era feita e eu a cruzar a cevada on<strong>de</strong> nunca [houve] cevada, terraporosa (26)(6) o coreto on<strong>de</strong> dantes [havia] uma espécie <strong>de</strong> vida em que [havia] pardais apenas (26)(7) o meu avô encontrou-o em pequeno no cemitério rodando nas veredazinhas em quedantes [havia] malmequeres a pasmar para os pássaros (48)(8) na extrema da herda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> [havia] brasas mortiças (127)(9) – Tenha paciência, leve-me isso daqui on<strong>de</strong> provavelmente [há] dúzias <strong>de</strong> cestas (171)(10) Em que travessa da vila te escon<strong>de</strong>s, Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, sem pedir nada, te queixares <strong>de</strong>nada, a boca [parecia] duas rendas que tremiam (36)(11) A morte [é] uma parente a quem se tornava necessário ajudar a vestir-se <strong>de</strong>rivado aoreumático (39)(12) A pensar que a chuvita <strong>de</strong> ditongos [era / parecia] a tua voz, Maria A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> (52)(13) – Senhor – não para chamá-lo ou para que reparasse em mim, para saber que eu[estava] ali no meio dos trastes (60)(14) Se a mulher [estivesse] com ele nesse momento não a recusava (81)

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