12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O i<strong>de</strong>ário linguístico no Novo methodo <strong>de</strong> educar os meninos e meninas (1815) 77Les noms, je le répète, expriment <strong>de</strong>s sujets déterminés par l’idée <strong>de</strong> leur nature; &les Pronoms, <strong>de</strong>s sujets déterminés par l’idée précise d’une relation personnelle à l’acte<strong>de</strong> la parole (EMGL 1786, 3: 230).3.2.4. O verboComo os <strong>de</strong>mais gramáticos contemporâneos, José da Virgem Mariaconjuga vários critérios na <strong>de</strong>finição do verbo:P. Que cousa he Verbo?R. He huma palavra que <strong>de</strong>signa a acção do Sujeito em tempo <strong>de</strong>finido ouin<strong>de</strong>finido: ou, He toda a palavra a que se po<strong>de</strong>m ajuntar os Pronomes Eu, Tu, Elle, ouElla: Nós, Vós, Elles, ou Ellas (Virgem Maria 1815, I: 11).Verifica-se que o gramático franciscano consi<strong>de</strong>ra o critério morfológicoflexional(a existência dos tempos e pessoas, representadas pelos pronomespessoais), bem como o critério semântico (expressão <strong>de</strong> uma ação). Se o estudoda tradição gramatical portuguesa <strong>de</strong> 1540 até 1822 <strong>de</strong> Schäfer-Prieß (no prelo:cap. 4.5.3.6) permite concluir que «[...] nas gramáticas aqui estudadas, existe atendência para <strong>de</strong>finições segundo apenas um critério», 25 a <strong>de</strong>finição queencontramos na gramática vila-realense parece, curiosamente, <strong>de</strong>monstraralguma proximida<strong>de</strong> com a <strong>de</strong>finição morfológico-flexional e semântica queJoão <strong>de</strong> Barros (1971: fol. 18 r) fornecera em 1540: 26VErbo (segundo difinçám <strong>de</strong> todolos gramáticos) é hũa uóz ou palaura que<strong>de</strong>móstra obrár algũa cousa: o quál nam se <strong>de</strong>clina como o nome e prónome per casos,mas coniugase per módos e tempos, como ueremos per suas coniugações.3.2.5. O particípioNa sua <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> natureza semântica, Virgem Maria faz questão <strong>de</strong>mencionar que julga o particípio ser um ‘modo’, sem, no entanto, questionar apertinência do particípio no número das partes da oração:P. Que cousa he Participio?R. He hum Modo que exprime o Attributo d’hum sugeito in<strong>de</strong>terminado, como,Louvando, Louvado, Louvada (Virgem Maria 1815, I: 32).25 Cf. Schäfer-Prieß (2000: 193): «[...]daß bei <strong>de</strong>n untersuchten Grammatiken eine Ten<strong>de</strong>nz zuDefinitionen nach nur einem Kriterium besteht».26 Cremos, no entanto, que não é forçoso concluir que a gramática <strong>de</strong> Barros tenha sido uma fontedireta <strong>de</strong> Virgem Maria. Note-se, porém, que todo o conjunto didático <strong>de</strong> Barros chegou a serreeditado numa compilação setecentista <strong>de</strong> várias obras do autor (Barros 1785), pelo que o nossoautor pelo menos teoricamente po<strong>de</strong>ria ter tido acesso à obra.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!