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Revista de Letras - Utad

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José Inês Louro e Mário Cláudio: <strong>de</strong>votos promotores da Língua e Cultura Portuguesas 255trabalhos: O Grego Aplicado à Linguagem Científica, composto por três livros:I – Elementos <strong>de</strong> Gramática Grega (1. Fonologia, 2. Morfologia),II – Importação e Formação <strong>de</strong> Palavras do Grego (1. Importação <strong>de</strong> PalavrasGregas, 2. Composição com Elementos Gregos, 3. Derivação com SufixosGregos), III – Vocabulários Técnicos (1. Grego-Português, 2. Português-Grego);Questões <strong>de</strong> Linguagem Técnica e Geral: com Observações ao Vocabulário daAca<strong>de</strong>mia, aos Dicionários, etc.; Linguagem Médica Luso-Brasileira. UmaQuestão Morfo-Semântica; Problemas <strong>de</strong> Linguagem Anatómica; Regras <strong>de</strong>Notação e Nomenclatura Químicas; Elementos <strong>de</strong> Gramática Latina e suaAplicação ao Estudo do Português (com o pseudónimo <strong>de</strong> José Fonseca); Estudoe Classificação das Vogais (Silva s.d.: 25-26; Silva 2010: 127-138). Pelos títulosexpostos, torna-se evi<strong>de</strong>nte que a dívida <strong>de</strong> gratidão para com este guardião dalíngua lusa <strong>de</strong>corre, apreciavelmente, do trabalho que <strong>de</strong>senvolveu comogramático e fonólogo. De igual modo, <strong>de</strong>vemos ainda salientar a sua dimensão<strong>de</strong> dicionarista, cujo contributo para a língua portuguesa mais facilmenteapreendido pelo comum dos leitores <strong>de</strong>riva da sua participação no Dicionário daLíngua Portuguesa, da Porto Editora. Com efeito, o nome <strong>de</strong> José Inês Louro, naqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> filólogo, figura na lista dos principais colaboradores <strong>de</strong>ste“omnipresente” dicionário.Sem surpresa, Inês Louro concentrou largo quinhão da sua activida<strong>de</strong>filológica em dois gran<strong>de</strong>s terrenos linguísticos: a linguagem técnica e científica(<strong>de</strong>signadamente a médica) e o linguajar da sua terra berço. E são vários osexemplos <strong>de</strong> palavras às quais <strong>de</strong>dicou a sua atenção, clarificando dúvidasrelativas à origem, evolução, significado e, em alguns casos, até à pronúncia.Azevedo e Silva apresenta uma colecção <strong>de</strong> vocábulos frequentemente usados naregião da Serra da Estrela, tais como agrião, alavão, alfeire, alvéloa, canga,cipreste, malata, milheirice, merugem ou morugem, percevejo, sargaço (Silva2010: 50), que foram estudados por Inês Louro. Como bom filho da terra queera, reservou ainda algum do seu precioso tempo a indagar a etimologia e osignificado do topónimo Gouveia (Louro 1958: 358-361). Acerca da linguagemrural, na obra Problemas <strong>de</strong> Linguagem Anatómica, mostrando-se a favor daaplicação <strong>de</strong> uma análise comparativa e histórica da linguagem médica erudita eda correspon<strong>de</strong>nte linguagem <strong>de</strong> medicina popular, explica que é aos médicos,mormente aos médicos rurais, “que cabe colher e <strong>de</strong>finir, tão justamente quantopossível, este importante domínio do nosso património linguístico popular, aindatão escassamente explorado” (Louro 1944: 5-11).Na realida<strong>de</strong>, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> labor que incrementou, empregando ametodologia histórica, consultando fontes, glossários, ortografias, vocabulários eléxicos, trabalhando os autores clássicos da Antiguida<strong>de</strong> e os clássicosportugueses, pesquisando, reunindo, seleccionando e hierarquizando o fundo

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