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Revista de Letras - Utad

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130 Barbara Schäfer-Prießa pergunta como certas modalida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser representadas do ponto <strong>de</strong>vista formal.A seguir, veremos quais são os modos verbais empregados por ManuelÁlvares, <strong>de</strong> que forma se encontram preenchidos por formas e como sãoadotados por Bento Pereira.2.1 Os modos verbais na gramática <strong>de</strong> Manuel ÁlvaresÁlvares encara os modos sob um ponto <strong>de</strong> vista onomasiológico: são, paraele, uma expressão <strong>de</strong> ‘voluntas, vel animi affectio’ (fol. 15 r), 12 e não importanesta medida se <strong>de</strong>terminada língua dispõe <strong>de</strong> uma clara correspondência formal.Com esta opinião, Álvares encontra-se em oposição às classificações quemo<strong>de</strong>rnamente estão em uso e que partem em geral do repertório das formas <strong>de</strong>uma língua.Ao lado do indicativo, do imperativo e do conjuntivo – que correspon<strong>de</strong>maos três modos distintivos nas gramáticas latinas mo<strong>de</strong>rnas (cf. Bornemann eAdami 1970: 185) –, Manuel Álvares consi<strong>de</strong>ra ainda um optativo, umpotencial, um permissivo e o infinitivo (modus infinitus). Os cinco tempos quereconhece são presente, imperfeito, perfeito e mais-que-perfeito, bem como umúnico futuro. Os tempos são idênticos aos <strong>de</strong> Donato (Schönberger 2008: 68;cf. Scaglione 1970: 55), 13 sendo o número dos modos aumentado por Álvarescom o potencial e o permissivo.Uma vez que as formas distintas do latim não bastam para preencher amatriz <strong>de</strong> sete modos e cinco tempos, observam-se numerosas lacunas eduplicações. As formas dos tempos passados <strong>de</strong> optativo, conjuntivo, potencial epermissivo são, por exemplo, completamente idênticas, se <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong> lado ofacto <strong>de</strong> o optativo ser precedido pela partícula utinam e o conjuntivo pelapartícula cum:Utinam / Cumamarem / amaverim / amavissemA par do conjuntivo, que tem uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> natureza sintática («MOdumhunc grammatici, tum Coniunctiuum, tum Adiunctiuũ, tum Subiunctiuum vocãt,propterea quòd sententiam perfectam minimè efficiat, nisi sibi alterũ verbumconiugat [...]», Álvares 1974: fol. 24 v), e do infinitivo, que apresenta uma<strong>de</strong>finição morfológica («Infinitus qui<strong>de</strong>m sive infinitiuus dicitur, quod neque12 Segundo Padley (1976: 48), a fonte presumível seria o gramático inglês Thomas Linacre.13 Aelio Donato foi um gramático latino do século IV d.C., autor <strong>de</strong> uma Ars Grammatica quecostuma ser tradida numa Ars minor (Schönberger 2008) mais elementar em forma dialogística euma Ars maior (Schönberger 2009) em prosa corrente.

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