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Revista de Letras - Utad

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Cartas do meu rio, Douro… 361– com tudo aquilo que o quotidiano do homem duriense arrancou a este vale enele construiu, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o património edificado ao intangível, que a Estrutura <strong>de</strong>Missão tem procurado relevar. E outras direcções <strong>de</strong> sentidos do Douropo<strong>de</strong>riam ser trazidas à consi<strong>de</strong>ração, mas fiquemos por aqui.Acontece que é Nas Comemorações do Centenário da República, que aquiapresento as Cartas do meu rio, Douro. E este facto não é inconsequente. Antes,foi esse o tema que, inicialmente, me propus abordar neste XIV EIRI. É que orepublicanismo floresceu no Douro como em poucas regiões do país, tendo-seaqui jogado gran<strong>de</strong> parte do seu futuro, como havia acontecido já com oliberalismo.Afirmaria mesmo que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Lisboa, foi no Douro e Trás-os-Montesque a implantação da República mais foi festejada. Tenha-se presente queRégua, Vila Real e Vidago iam receber o Rei no dia 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910.Como informa a Câmara Municipal <strong>de</strong> Vila Real, através dos seus Serviços <strong>de</strong>Cultura, no Jornal da Exposição, “Como a Chegada da república Frustrou aVisita do Rei”, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Outubro a 29 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1998, com texto doDr. Pires Cabral e sob investigação e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Elísio Amaral Neves. Daírecolhemos a informação <strong>de</strong> que o rei viria ao norte, por razões <strong>de</strong> marketingpolítico e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico, nomeadamente, para assistir àinauguração do Palace-Hotel, em Vidago, on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte do ministério,Teixeira <strong>de</strong> Sousa, natural <strong>de</strong> Alijó, teria interesses. A visita fora preparada comrigor: composição especial, na linha do Douro e na do Corgo; puxada a duaslocomotivas, para maior segurança; <strong>de</strong> Lisboa, haviam chegado dois automóveise quatro chaufferes, três trens, doze cavalos e doze criados da Casa Real. A vilaengalanara-se a preceito, tinham sido comprados presentes, menus traduzidospara francês e convites enviados. Havia oito bandas contratadas e cincopirotécnicos que confeccionaram 250 dúzias <strong>de</strong> foguetes.Todavia, a revolução republicana alterou todos os planos. E, como reimorto, rei posto, a chegada da República foi celebrada como em nenhum outrolugar do país, na localida<strong>de</strong> que estava preparada para ser a capital <strong>de</strong> Portugalnesse 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910. As próprias ban<strong>de</strong>iras monárquicas assistiam dosmastros aos <strong>de</strong>sfiles republicanos que passavam, pois nem tempo houve para asretirar ou ninguém se <strong>de</strong>u à maçada <strong>de</strong> o fazer.Mas os compromissos republicanos das gentes do Douro não se iniciaramnesse dia nem se limitaram aos festejos como veremos. Houve durienses naprimeira linha do 31 <strong>de</strong> Janeiro, no Porto, como Vítor Macedo Pinto (1860-????)<strong>de</strong> Tabuaço e Abílio Meireles, conhecido como o soldado ou sargento Abílio(1860-1923) <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada à Cinta, e Henrique dos Santos Cardoso(1842-1899) <strong>de</strong> Vila Flor; e do 5 <strong>de</strong> Outubro, como João Sarmento Pimentel(1888-1987), <strong>de</strong> Miran<strong>de</strong>la, e José Botelho <strong>de</strong> Carvalho Araújo (1880-1918) <strong>de</strong>

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