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Revista de Letras - Utad

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Yerbas i árboles <strong>de</strong> la Tierra <strong>de</strong> Miranda 27tenham uma utilida<strong>de</strong> conhecida, merecem um nome próprio o que significa, emnosso enten<strong>de</strong>r, que elas têm ou tiveram alguma utilida<strong>de</strong> específica.Ambu<strong>de</strong>, Oenanthe crocataO ambu<strong>de</strong>, em português embu<strong>de</strong> e também ambudo, é uma plantatipicamente ripícola, que cresce junto dos cursos <strong>de</strong> água. Esta forma tem, emportuguês, significados diversos, <strong>de</strong>signando, nomeadamente, um a) ca<strong>de</strong>ado;b) uma criança doentia e c) a referida planta. José Pedro Machado coloca aquestão se se tratará <strong>de</strong> uma forma convergente ou da evolução da mesmaforma 14 . É uma planta tóxica, que não tem propriamente uma gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>,embora as pessoas saibam que faç mal a las crias e que era utilizada para matarpeixes. Com efeito, trata-se <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> cicuta (nome pelo qual, segundoJosé Pedro Machado, também é conhecida em português), que tem aparticularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atordoar os peixes, <strong>de</strong> modo a apanhá-los <strong>de</strong>pois à mão.O “veneno” encontra-se nas raízes, que lembram os <strong>de</strong>dos <strong>de</strong> uma mão, on<strong>de</strong> seconcentram as substâncias tóxicas. Curiosamente até os animais herbívorosparecem “conhecer” essa toxicida<strong>de</strong> uma vez que a não comem.Neste sentido, uma vez que os dicionários os dicionários etimológicosconsi<strong>de</strong>ram que a palavra é <strong>de</strong> origem obscura, talvez ela esteja relacionada umadas acepções semânticas que se conserva na forma castelhana embudo, engano,armadilha.Andrineira, Prunus domesticaAs andrineiras (português ameixeiras, abrunheiros) tradicionais que seencontravam na Terra <strong>de</strong> Miranda, bor<strong>de</strong>jando normalmente as vinhas ou ashortas são um fruto negro, quando maduro, <strong>de</strong> formato oval.Segundo Corominas estamos perante uma velha palavra hispânica, <strong>de</strong>rivadada forma latina *atrina (ou *adrina) e esta do latim vulgar [pruna] atrīna (doadjectivo ater, negro). A <strong>de</strong>signação é comum ao castelhano, andrina e endrina.Quanto à forma portuguesa ameixeira, e uma vez que, nas localida<strong>de</strong>slinguisticamente miran<strong>de</strong>sas po<strong>de</strong>mos também ouvir almeixeneira, é formada apartir <strong>de</strong> ameixa+-eira e esta, por sua vez, provém do latim *damascìna-, pordamascéna- (ameixa <strong>de</strong> Damasco»). A presença do prefixo al-, tal como emalgrilhon (agrião), alrabaça (rabaça), almendreira (amendoeira), almendra(amêndoa), <strong>de</strong>ve-se, possivelmente, à imitação das palavras <strong>de</strong> origem árabe emal-, explicação que também é dada por Corominas para as formas castelhanascomo almeja ou almirante.14 Para a forma embu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>signando um funil o mesmo lexicógrafo aponta como origem o latim *imbutu (<strong>de</strong> embuere), talvez pelo francês embut. O Diccionario <strong>de</strong> la Lengua Española (2001), daReal Aca<strong>de</strong>mia, aponta, para o castelhano embudo, o latim [traiectorĭum] imbūtum, [canal] cheio<strong>de</strong> líquido.

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