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Revista de Letras - Utad

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390 João Bartolomeu RodriguesANEXOO DOURO (1839)(Um artigo <strong>de</strong> Alexandre Herculano)Na serra <strong>de</strong> Orbion, não muito distante da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sória, na Castela-a--Velha, tem seu nascimento o Douro, que, saindo <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> lagoa, se<strong>de</strong>spenha por alcantiladas penedias, e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> regar extensos campos, vemfindar o seu curso <strong>de</strong> 120 léguas (segundo Nunes <strong>de</strong> Leão e o p.e Poiares) juntoao castelo <strong>de</strong> S. João da foz, on<strong>de</strong> forma a barra da heróica cida<strong>de</strong> do Porto, quea todos os respeitos é a segunda do nosso reino. Em tão longa carreira atravessaa Castela-a-Velha, Leão e a província do seu nome, fertilizando os arredores dascida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aranda, Sória, Valhadoli<strong>de</strong>, Osma, Toro, Zamora, Miranda, Lamego,e Porto: rega também os territórios <strong>de</strong> Medina <strong>de</strong>l Campo, <strong>de</strong> Simancas, praçaforte, on<strong>de</strong> tem uma famosa ponte, <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>silhas com outra ponte <strong>de</strong> <strong>de</strong>z arcos,e o distrito <strong>de</strong> Almazen, povoado <strong>de</strong> excelentes vinhas Em Portugal corre tãorápido que não consente permanência <strong>de</strong> pontes; e, alem das cida<strong>de</strong>s quedissemos, fecunda o solo, abundante em frutos, azeite e vinhos, das vinhas epovoações <strong>de</strong>4 freixo <strong>de</strong> Espada à cinta, <strong>de</strong> torre <strong>de</strong> Moncorvo, <strong>de</strong> S. João daPesqueira, <strong>de</strong> Provesen<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Mesão Frio, <strong>de</strong> Peso da Régua, <strong>de</strong> Penajoia, etc.…,até pagar ao Oceano o tributo <strong>de</strong> suas águas, banhando as muralhas da fortaleza,<strong>de</strong> que apresentamos uma vista aos nossos leitores. Muitos afluentes oengrossam no trânsito; e os principais são o Pisuerga, o Carrion, e o bemconhecido tormes, na Espanha; e em território português o Côa, o Tua, o Sabor,o Barrosa, o Tâmega, o Ferreira, o Sousa, sem contar outros <strong>de</strong> menos monta, euma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ribeiros, que o fazem avultado. Com um concurso <strong>de</strong> tantosauxílios é o Douro rio caudal, porém a <strong>de</strong> suas margens ásperas, fragosas,difíceis <strong>de</strong> cavar, e que por isso lhe estreitam o leito e violentam a corrente, fazcom que seja contado inferior ao Tejo, que se dilata majestoso por campos livrese planos muito antes da sua embocadura. Contudo o erudito André <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>,no livro 2.º das Antiguida<strong>de</strong>s Lusitanas, é <strong>de</strong> opinião contrária, afirmando que oDouro é mais copioso; e citando o antigo provérbio: o Douro leva As águas e oTejo as nomeadas, isto é a fama. Acresce porém, contra aqueles, que a porçãodo seu leito salgado é muito limitada, ao passo que o Tejo é um vasto e extensogolfo, como pon<strong>de</strong>rámos em n.º 108. – Seja o que for, ambos foram bem

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