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Revista de Letras - Utad

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384 João Bartolomeu RodriguesAntes <strong>de</strong> passarmos em revista cada um dos parágrafos, registe-se que omotivo da gravura escolhida para ilustrar o número 110, isto é, o número on<strong>de</strong> oartigo O Douro foi publicado, em 8 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1839, refere-se a uma estampado castelo <strong>de</strong> S. João da Foz. Não esqueçamos o papel crucial <strong>de</strong>sta fortificação,durante o cerco do Porto: ela funcionou como baluarte da resistência liberal,tendo <strong>de</strong>sempenhado um papel importantíssimo, particularmente no queconcerne à protecção do <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> víveres e munições, cujaentrada “na cida<strong>de</strong> as baterias miguelistas dificultavam sem tréguas e muitasvezes conseguiam malograr” (Almeida 1971: 232).O artigo começa assim:Na serra <strong>de</strong> Orbion, não muito distante da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sória, na Castela--a-Velha, tem seu nascimento o Douro, que, saindo <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> lagoa,se <strong>de</strong>spenha por alcantiladas penedias, e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> regar extensos campos,vem findar o seu curso <strong>de</strong> 120 léguas (segundo Nunes <strong>de</strong> Leão e o p.ePoiares) junto ao castelo <strong>de</strong> S. João da foz, on<strong>de</strong> forma a barra da heróicacida<strong>de</strong> do Porto. (Pan 1839: 177)Depois <strong>de</strong> referir as principais cida<strong>de</strong>s que o Douro visita, quer em terras <strong>de</strong>Castela e Leão, quer nas terras lusas, faz o levantamento das localida<strong>de</strong>ssecundárias, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a nascente à Foz. Registe-se a ênfase que Herculano dá, maisuma vez, à Foz, voltando a fazer referência às muralhas do Castelo, remetendo,agora, o leitor para a estampa que ilustra o artigo:Em Portugal corre tão rápido que não consente permanência <strong>de</strong> pontes;e, além das cida<strong>de</strong>s que dissemos, fecunda o solo, abundante em frutos,azeite e vinhos, das vinhas e povoações <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada à Cinta, <strong>de</strong>torre <strong>de</strong> Moncorvo, <strong>de</strong> S. João da Pesqueira, <strong>de</strong> Provesen<strong>de</strong>, <strong>de</strong> MesãoFrio, <strong>de</strong> Peso da Régua, <strong>de</strong> Penajoia, etc.…, até pagar ao Oceano o tributo<strong>de</strong> suas águas, banhando as muralhas da fortaleza, <strong>de</strong> que apresentamosuma vista aos nossos leitores. (Ibi<strong>de</strong>m)Depois <strong>de</strong> alguns parágrafos regressa à geografia do cerco do Porto,reinvocando a litografia do castelo como pretexto, para justificar, segundo assuas palavras, a obrigação <strong>de</strong> voltar ao assunto: “Resta-nos tratar da barra, Foz,ou Embocadura do Douro, ao que parecia obrigar-nos especialmente a nossaestampa” (Pan 1839: 178). E, sem se dispersar, apresenta aos seus leitores ascaracterísticas da Barra do Porto, <strong>de</strong>stacando, por um lado, os riscos queapresentava para as embarcações, e, por outro, o papel que, segundo as suaspalavras, os “práticos” daquela zona <strong>de</strong>sempenharam para que a Foz, semantivesse navegável:

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