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Revista de Letras - Utad

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Caminhos-<strong>de</strong>-ferro em Trás-os-Montes no século XIX 301SFP assume a concessão da linha da Beira Alta; na Estremadura em 1882 aCRCFP e Henry Burnay (o mentor do SP) tomam conta da linha entre Lisboa,Sintra e a Figueira; e no Alentejo a CRCFP inicia também em 1877 a construçãodo ramal <strong>de</strong> Cáceres (Torres 1936). Capital havia e empreen<strong>de</strong>dorismo também,mas nenhum <strong>de</strong>les se sentia seduzido pelas imaginadas riquezas transmontanas 6e só as margens do Douro pareciam oferecer algo a explorar (Alegria 1990: 63).Quanto à iniciativa pública, só era invocada em último caso e <strong>de</strong> todo o modoestava já sobrecarregada com a construção das linhas do Minho, Douro, Sueste eAlgarve.Mas quando Clemente Meneres, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> investir avultadas quantias nonor<strong>de</strong>ste transmontano, mostra interesse numa linha nesta região, o projectoganha novo ímpeto. Os estudos entretanto realizados em Trás-os-Montesmostravam que qualquer linha oferecia vantagens, ligando importantes povoadose servindo como ligação internacional. Em termos técnicos qualquer uma <strong>de</strong>lasera <strong>de</strong> difícil execução e entre os engenheiros não havia consenso quanto à quemerecia preferência. Mas no parlamento, os <strong>de</strong>fensores da linha do Tua eram osque <strong>de</strong>tinham maior influência política. Além disto, este caminho-<strong>de</strong>-ferro era oque atravessava Trás-os-Montes na sua zona mais central e que permitia <strong>de</strong>poisoutras soluções transversais, como alvitrara Sousa Brandão. O interesse docon<strong>de</strong> da Foz mais não foi que o corolário <strong>de</strong>ste processo.Decerto nenhuma <strong>de</strong>stas razões isoladamente explica a escolha pela linha doTua em <strong>de</strong>trimento das outras que só sentiriam os comboios a passar já no iníciodo século XX (Silva 2004, Torres 1936). De qualquer modo, foi a escolhidaconce<strong>de</strong>ndo a Trás-os-Montes mais umas poucas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quilómetros <strong>de</strong>caminho-<strong>de</strong>-ferro a juntar a outras tantas do troço da linha do Douro, ao passoque outras regiões tinham várias centenas e vias em duplicado e o governo atéferrovias em Espanha financiava…FontesAlmeida, Albino Francisco <strong>de</strong> Figueiredo e (1851): Vias <strong>de</strong> communicação.Lisboa: Tipografia da <strong>Revista</strong> Popular.Arquivo Histórico-Diplomático, várias caixas.Arquivo Histórico do Ministério das Obras Públicas, Conselho Superior <strong>de</strong>Obras Públicas (vários livros e caixas <strong>de</strong> consultas).6 Tal como a cartografia, a estatística estava muito atrasada em Portugal, sobretudo a nível daactivida<strong>de</strong> interna (Sousa 1995).

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