12.07.2015 Views

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

Revista de Letras - Utad

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Cartas do meu rio, Douro… 369esse duriense que ao fazer nascer uma riqueza para o seu país, ao mesmotempo produzia um rosário <strong>de</strong> tormentos para aqueles que quisessemmanter tal riqueza no seu solo natal. (Sequeira 2000: 190)Vítor <strong>de</strong> Macedo Pinto, sob o título “Em <strong>de</strong>fesa do Douro”, publicou, em1925, dois artigos em O Primeiro <strong>de</strong> Janeiro e aí emitiu a sua opinião sobre oassunto. E, por entre críticas a várias situações, lança alertas lancinantes àpopulação:O tempo corre e preciso é que o Douro não adormeça. […] Faça-sequanto antes na Régua um comício, on<strong>de</strong> tanto há que tratar, tais são osperigos que ameaçam a viticultura duriense. Que o Douro volte à suaactivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outrora, mostrando que está <strong>de</strong> pé, se o não fizer, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>breve se <strong>de</strong>baterá na maior e mais tremenda das suas crises. (Sequeira2000: 193)Assim, foi conquistada a Casa do Douro, nos anos trinta do século XX, que<strong>de</strong>sempenhou relevante papel e cujo futuro é uma incógnita, mantendo naincerteza cerca <strong>de</strong> trinta mil pequenos e médios agricultores e suas famílias.Muitos <strong>de</strong>stes paladinos, como era o caso <strong>de</strong> Antão <strong>de</strong> Carvalho e Vítor <strong>de</strong>Macedo Pinto, dividiram a sua vida entre a cultura da vinha e a implantação daRepública. Esta, se não emerge do “local”, cá foi <strong>de</strong>fendida e transposta paraobras por muitos e valorosos durienses. Já referimos alguns dos que cabem nacategoria <strong>de</strong> republicanos combatentes, no 31 <strong>de</strong> Janeiro, no 5 <strong>de</strong> Outubro emLisboa e na I Guerra Mundial. A plêia<strong>de</strong> <strong>de</strong> republicanos durienses que, ao longo<strong>de</strong>stes cem anos, pautaram as suas vidas pelo i<strong>de</strong>ário do republicanismo,distribui-se, ainda, pelas categorias seguintes: governantes, resistentes econstrutores da República em obras. Citemos alguns.Entre os governantes, contam-se: Guerra Junqueiro, <strong>de</strong> Freixo <strong>de</strong> Espada àCinta, Ministro plenipotenciário do governo português na Suíça; Alfredo <strong>de</strong>Sousa, <strong>de</strong> Lamego, Ministro da Agricultura; Antão <strong>de</strong> Carvalho, da Régua,<strong>de</strong>putado, Secretário <strong>de</strong> Estado do Comércio, Sub-secretário <strong>de</strong> Estado daPresidência, Ministro da Agricultura do Comércio e Pescas; Raúl Lello Portela,<strong>de</strong> Santa Marta <strong>de</strong> Penaguião, Ministro da Justiça no gabinete <strong>de</strong> António Granjo(<strong>de</strong> Chaves) e Ministro das Finanças; Vítor <strong>de</strong> Macedo Pinto, <strong>de</strong> Tabuaço,Ministro da Marinha.Nos resistentes, em armas ou i<strong>de</strong>ias, encontram-se:João Sarmento Pimentel, <strong>de</strong> Miran<strong>de</strong>la, participou na revolta <strong>de</strong> Fevereiro<strong>de</strong> 1927, em consequência da qual se exilou no Brasil, quando era capitão. É umdos que faz a ponte com o 25 <strong>de</strong> Abril, sendo então vitoriado e promovido acoronel e, mais tar<strong>de</strong>, a general.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!